quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Chicana ou Pé-da-letra?

     Um desembargador decidiu que importar semente de maconha não é crime, pois não contém princípio ativo e nem precursores sintéticos - pode ser lido aqui. A lei diz que não se pode importar nem uma coisa, nem outra. A primeira porque é a droga - impreciso - e o segundo porque é possível produzir a droga - quero ver quem consegue fazer essas coisas sem o devido aparato e conhecimento. 

     Bom, minha pergunta do título do post é clara: o desembargador deu uma de doido e usou o que em juridiquês se chama "chicana", ou  seja, deu uma volta, um chapéu, uma enrolada na lei, ou ele levou a lei tão ao pé-da-letra que acabou criando uma brecha jurídica?

     Quer dizer, se semente de maconha pode, semente de papoula, de coca, cultivares de Claviceps purpurea, e um monte de coisas que podem ser plantadas e não possuem princípio ativo podem ser importadas. Duvido que a patrulha deixe isso passar. Mas é mais um aspecto da lei a ser considerado. Mais uma dor de cabeça. Mas um nó a ser desatado pela hipocrisia, pois, enquanto isso, álcool e cigarro podem ser vendidos por aí...

domingo, 6 de outubro de 2013

Como funciona a ciência... ou como não deveria funcionar.

     Uma notícia recente mostrou que revistas científicas estão qualquer porcaria para publicação - o texto original da Science pode ser lido aqui. Claro que a notícia é contada aos pedaços na mídia convencional - que pode ser lido aqui - e isso me fez ouvir comentários de que "é por isso que a ciência não tem credibilidade" em verso e prosa.

     O fato é que a ciência continua tendo credibilidade. Mas o problema pode estar em outro lugar, que até agora ninguém falou em nenhum lugar.

     Tento explicar.

     Estão dizendo que um artigo sem noção foi publicado em centenas de periódicos diferentes. E que isso tira a credibilidade da ciência. Isso é meia verdade. A verdade é que o que deveria estar sendo questionado é o julgamento pelos pares (ou peer review), que não aconteceu nesses periódicos - e esse argumento é de um cara que pode ser lido aqui. Mas parece que não vem acontecendo em muitos periódicos, inclusive alguns importantes. Assim, o que deveria ser revisto no mundo acadêmico é a forma como se dá a revisão pelos pares, que deveria ser mais profissional e minuciosa.

     Eu não acho que seja só isso. O que precisa é cessar essa valorização absurda do "quanto se publica" em detrimento da qualidade do que se publica. Se há pressão por publicação, claro que todo mundo vai querer publicar de monte. E aí, a pressa impera, e os fins começam a justificar os meios. 

     Os caras fazem merda e a culpa e da ciência? Isso é o que me aborrece.


terça-feira, 27 de agosto de 2013

O país da piada

     Não sabia se ria ou chorava com a notícia que eu li sobre uma piada. Pois é, leitor@s... uma piada feita na fila de embarque fez uma estudante ser retirada de um vôo para Bali. A notícia pode ser lida aqui.
     Vamos com calma. Uma piada? Pois o pai da menina resolveu falar a palavra "terrorista" num avião que vai pra Bali (quem não sabe onde fica, se vira no google!!!), que vira e mexe sofre de atos de terrorismo, num momento em que o Oriente Médio está lavado em sangue e esfumaçado de gás sarin. É muito BURRO um sujeito desses!!!
     Não, não é só burro. É ignorante. Não, não é só burro e ignorante, É brasileiro. Pronto. Cheguei onde queria.
     Brasileiro não leva nada a sério, não fala sério, faz piadas com as coisas erradas e acha que nunca nada vai acontecer por aqui. E nem venham me dizer que as ruas mostraram que temos fibra, porque aquilo ali, como eu bem previ, não deu em nada - pelo simples fato de que não tinha como dar em nada, por que brasileiro não leva as coisas a sério!!!
     A carteira de motorista não serve pra nada, o sujeito cola em prova, suborna guarda, transfere pontos de multas pra mãe, pai e papagaio e acha que o mundo inteiro é assim. Saibam: não é. Experimenta deixar uma mochila num banco de praça em NY e vc vai em cana em questão de horas!!! Experimenta de pedofilia no Vaticano e a Guarda Suíça dá um jeito em segundos!!! Experimenta falar "bomba" em Londres e as Scotland Yard vai te interrogar por uma semana!!! E a fila é longa!!! E muito pior do que isso.
     Mais incrível é que nesse país do jeitinho, babaquices como a cometida pelo pai da garota são notícia. E são notícia pelo simples fato de ser uma raridade alguém ser sério e ser levado a sério nessa Banânia em que vivemos. E os caras da companhia aérea não querem nem saber. Como qualquer outro povo do mundo! Maldita seja essa história do brasileiro cordial...
     Como diria o saudoso Bussunda: fala sério!!!

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Farsa da homeopatia

Vira e mexe eu volto a esse assunto que nada tem de polêmico. Homeopatia. É uma farsa. Ponto. Não há outra coisa a ser dita. O fundamento do método garante que nada existe naquele comprimido ou naquela solução. Tem gente eu teima em dizer que se curou com isso. Tudo bobagem. O que eu acho criminoso é que se estude isso academicamente, e que se façam cursos e o diabo a quatro promovendo essa sandice. Pra mim isso tem uma única acepção: estelionato. Muito pior do que ter gente vendendo, é ter muito mais comprando!!!

Bom, pra não dizer que eu sou radical, aqui nesse link tem uma notícia muito interessante de um grupo de céticos que tenta derrubar essa palhaçada da homeopatia no Reino Unido. A notícia é interessantíssima, pois mostra um grupo de pessoas que tentou se matar com homeopatia, e fracassou. Na boa? Muito valente esse pessoal. Essa até eu tentava fazer!!!

E, pra manter o tom jocoso, fica um vídeo muito bem sacado que pega no ponto de um monte dessas crendices medievais estapafúrdias. Vale seu precioso tempo!!!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sem conserto

     Tropecei em duas notícias interessantes e muito elucidativas. Uma mostra uma pesquisa da UnB sobre a ineficência e honestidade do funcionalismo público no Brasil. A reportagem pode ser vista nesse link aqui. A outra fala da "Geração nem-nem"... uma geração de jovens entre 18 e 26 anos que nem estuda e nem trabalha. Do que eles vivem? Dos pais, do bolsa família,... e agora vai surgindo a geração nem-nem-nem... nem estuda, nem trabalha e nem procura emprego!!!

     O que uma coisa tem a ver com a outra? VAGABUNDICE!!! Os dados mostram que se um dia esses nem-nem fossem trabalhar, eles ainda corriam o risco de ser um funcionário público. Aliás, por que alguém quer ser funcionário público? Só vejo dois motivos: primeiro, por que a única possibilidade de carreira é possível na vida pública - juízes, policiais, bombeiros, peritos criminais, só pra citar uns poucos; mas os cursinho preparatórios para concursos estão entupidos de gente que podem exercer as mesmas funções. Um comentário interessante pode ser lido aqui

     E por que isso acontece? De onde vem isso? Educação. Vejam que coisa linda de morrer esse video aqui.

 

     O que esse pai fez? Foi pai. Colocou a filhinha dele no lugar dela e cortou as mamatas!!! Sem mamata, o camarada tem que se mexer. Se mexendo, não tem tempo de ficar delirando em reivindicações e mimos excessivos. Sem frescura, o cabra trabalha e sai da merda... e principalmente, desmama!!!

    Vivemos uma cultura paternalista, preguiçosa, que acha que tudo deve surgir por milagre. O que é nossa cultura senão uma busca por ganhos sem trabalho? Como haver mérito sem esforço? Quer moleza? Vira funcionário público... ainda funciona nesse país de palmeiras e sabiás.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Enfrentando a situação

É incrível o que está acontecendo no Uruguai: liberação do aborto, da maconha, sistema de saúde pra todas as classes sociais, transporte idem e educação também. A notícia pode ser lida nesse link aqui.

Verdade que é um país de 3 milhões de habitantes; tão verdade quanto o fato deles terem tido coragem de discutir abertamente temas tidos como complicados. Pessoalmente não vejo complicação nenhuma. Complicado é não discutir por hipocrisia e falso moralismo, exatamente o que acontece no Brasilzão demeudeus. 

A coisa é simples: precisamos decidir se essas questões são de saúde pública ou de moralismo religioso. E eu não tenho a menor dúvida de que a primeira coisa é uma questão de Estado e a segunda uma questão privada. Então o Estado deve permitir sim essas coisas, regulamentar, fiscalizar e impor as regras. E o indivíduo tem todo o direito de não fazer, usando sua ética e seu juízo. O que eu acho inaceitável é isso tudo ser tratado como tabu e ser proibido simplesmente por que as pessoas não têm coragem de falar a respeito.

E tenho dito...

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Os remédios, a indústria e o placebo... mais TED.

     Aqui vai mais um ótimo (como sempre!!!) vídeo do TED Talks. O nosso amigo Ben Goldacre faz colocações muito pertinentes sobre ciência mal feita, e de forma dolosa. Ajuste de dados, problemas na publicação dos dados. Como disse um velho amigo da Anvisa uma dia desses, dados sobre novos medicamentos são como fotos pro Facebook: se escolhe a melhor das melhores e publica só essa. Aquelas do churrasco vc coloca na parte mais escondida. Mesmo essas um dia aparecem.

domingo, 28 de abril de 2013

Aprender a aprender

     O pessoal que trabalha com educação/pedagogia tem simpatia pela ideia de "aprender a aprender". Quer dizer, mais do que aprender esse ou aquele conteúdo, o mais importante é aprender formas eficazes de resolver problemas, mesmo que esse problema seja uma forma eficaz de aprender.
     Enfim, o fato é que isso não é valorizado na nossa cultura acadêmica. Minha faculdade foi baseada no "Aprenda a Nadar Bebendo Água" - como diria o André Dahmer na voz dos Malvados - como se o fato de me atirarem aos leões fosse me tornar algo melhor. Não tornou. Mas aprendi a me virar. Se era esse o objetivo, então conseguiram. Mas se o objetvo era que eu soubesse alguma coisa daquilo que me falavam, então o fracasso foi completo, com raríssimas exceções.
   Indo nesse rumo, li hoje um artigo muito interessante do Prof. Fernando Reinach sobre o desenvolvimento das capacidades do indivíduo e os momentos nos quais isso acontece. Pode ser lido nesse link aqui e vale seu tempo, principalmente por questionar algo no rumo do que eu disse aí em cima.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Da série "Murros no Estômago" - Pt. 1, Ilha das Flores

     Quando eu era criança um professor de Educação Moral e Cívica nos mostrou esse filminho. Eu devia ter uns doze anos. Fiquei muito impressionado na época, apesar de entender muito do que se tratava. Décadas depois tive a oportunidade de conhecer o autor, e ele se queixava que na maior parte das vezes as pessoas levavam a discussão pra lados que ele não esperava, e até se surpreendia com certas críticas. Isso é comum no mundo da arte, livros, músicas, filmes... enfim.
      No meu caso aqui, não quero superinterpretar demais a coisa. Só deixar esse murro no estômago do pessoal. Mesmo sendo uma produção meio tosca, até pros padrões da época, ele era um curta metragem arrasador, sob muitos pontos de vista.
      Sinceramente, não sei o que diriam os professores de Ética, e até adoraria ouví-los a respeito, com a típica agudeza de raciocínio e poder de argumentação que eles costumam ter. 
      Minha visão é bastante superficial, mas isso não deixa o curta menos impressionante. Aliás, nem vou levanter lebres sobre religião ou sobre posicionamento político: decerto há mensagens claras a esse respeito. Mas eu acho que elas não são a coisa mais importante. A pergunta aí é, por onde raios vaga a humanidade?
      Bom, chega de papo... assiste isso e reflete. Estamos noutro mundo ou não estamos? Vagamos nas nuvens se comparado ao grosso da realidade do Brasilzão de meudeus...

domingo, 14 de abril de 2013

O valor das coisas

     Há um tempo fui convidado a trabalhar num projeto que me daria prestígio e projeção, mas não daria dinheiro. Como não sou nada, por que não? Tinha tempo, vontade e disposição e, com algum afinco, eu teria meu trabalho reconhecido e tão logo desse certo, seria contratado pelos responsáveis pelo projeto. Por essa época as contas andavam apertadas e havia alguns trocados (literalmente) a receber ali. Mas eu teria contato com gente grande, seria visto e conhecido.
     Por mal dos pecados, um grande amigo me mostrou o trabalho de um desenhista chamado Di Vasca, um blog absolutamente sensacional sobre o que significa trabalhar num ramo onde o valor desse trabalho é sistematicamente ignorado. O blog pode ser lido nesse link aqui - e eu investiria um tempo pra ler tudo, mas tudo mesmo!!!
Pois nessa semana, lendo um blog de um jornalista esportivo bem famoso, vi que ele reproduz uma coluna de um crítico de cultura também famoso na qual faz o mesmo tipo de crítica do Di Vasca - e pode ser lido aqui - e que também cita um texto do escritor João Ubaldo Ribeiro, que é um primor - e pode ser lido aqui.
     O fato é que todos esses caras dizem que o trabalho intelectual no Brasil não vale nada. Nada. E há um péssimo costume de se pedir um conselho, ou tirar uma casquinha, ou se aproveitar do que o outro faz. E o que acontece com desenhistas, designers, programadores, jornalistas, escritores, também acontece com professores e cientistas. A fala é sempre a mesma, "Mas você está sendo convidado por uma instituição de presdtígio pra participar dessa banca", ou ainda "mas nossa instituição quer contar com o seu nome", e NINGUÉM fala em pagar pelas horas que você vai gastar pra fazer isso.
     É raro me perguntarem quanto custa minha hora pra ensinar alguma coisa, e se isso acontece por alguma iluminação divina, todos fazem aquela cara de "Nossa, mas é muito caro!!!"... e eu sempre dava um jeito. Mas parei de dar um jeito. E se todos parassem, talvez algo acontecesse. Mas não vai acontecer. Mesmo assim, tenho preferido dar umas caneladas por aí a me submeter a certas coisas, como por exemplo a experiência citada no início desse texto. Mesmo assim, em outros momentos a gente às vezes cede, por ver de fato algum potencial. Mas não pode ser indiscriminado. Deve partir de mim.
     E sempre me pergunto, pra que raios serve estudar, se empenhar e ser bom nalguma coisa se vão querer que eu trabalhe de graça? Vai entender... mas que é cultural, isso é.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Provocação

    Vou escapar um pouco da ciência, mesmo achando que a ciência tem muito a contribuir pro assunto, sobretudo a psiquiatria.
    Colocaram uma aberração na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Ponto. Poderíamos discutir os motivos que levaram a essa distorção escabrosa - afinal de contas ele não entrou ali pondo uma arma na cara de ninguém.
    Digam o que quiserem, mas uma pessoa que ocupa um cargo público representa uma instituição, e assim, suas palavras devem ser moduladas pelas diretrizes que regem a Casa. Posto isso, coloco dois artigos sobre a escabrosidade medieval que a criatura encarna. Não necessariamente sou fã de carteirinha de nenhum dos dois articulistas, menos ainda da empresa pra qual trabalham. Mesmo assim, gostei das opiniões.
    Coisa rara, mas não vou comentar nada depois. Eles fecham a questão.
    Em breve, um pouco de filosofia... só pra azedar de vez o humor.
    Ah, os artigos. O primeiro pode ser lido nesse link aqui, e o segundo nesse link aqui.

terça-feira, 19 de março de 2013

Brasilzão de meudeus

    Que os sistemas de avaliação educacional são uma encrenca danada, nem precisa dizer. É muito difícil fazer avaliações amplas e coerentes, sobretudo por ser muito difícil medir capacidades intelectuais de forma precisa - alguns diriam ser impossível, já que é difícil isolar capacidades humanas, pois todas estão integradas de alguma forma. Quer dizer, um jogador de hockey no gelo pode ser ruim de matemátic, mas ter uma velocidade de raciocínio absurdamente alta pra decidir uma jogada, que também depende de um componente motor igualmente absurdo. Isso quer dizer que medições dessa natureza sempre são parciais e requerem muita cautela no julgamento.
     Pois o governo faz avaliações do sistema educacional como uma forma de conferir em que pé andam as coisas nas escolas do Brasilzão de meudeus. Iniciativa boa, necessária, mas ainda muito defeituosa. Aprovo a necessidade, discordo dos métodos e, principalmente, das conclusões daí tiradas.
    O problema é que as avaliação do governo andam cercadas de descrédito por eventos como vazamento de provas, roubo de exemplares e algumas outras ocorrências de ordem organizacional. Mas essa notícia aqui, mostrando uma redação na qual um auno colocou uma receita de miojo (!!!), é achincalhar demais com a coisa e, pra mim, acentua o descrédito que ronda a correção, retirdão e profissionalismo com que são corrigidas as provas. Vale um naco do seu tempo ler a notícia.
     A pergunta que me fica não é sobre a audácia do aluno, ou a incompetência do corretor, mas sobre a resposta dada pelo órgão do governo, o MEC, quanto ao ocorrido, dizendo que "a presença de uma receita no texto do participante foi detectada pelos corretores e considerada inoportuna e inadequada, provocando forte penalização"... e o cara tirando uma nota daquelas? Isso pra mim, na melhor das hipóteses, é de um cinismo enojante!!! Mas é assim que andam as coisas.

Atualização do blog: depois de ler a notícia acima, me deparo com essa notícia aqui, que é bem mais escandalosa do que a anterior, e só reforça o argumento acima. Nota máxima pra redação com erro de ortografia é o fim da picada!!!

terça-feira, 12 de março de 2013

Vida em Marte

     Desde quando se especula se há vida noutros planetas eu não sei dizer. Mas digo que, estatisticamente, não é possível que não haja. Mesmo assim, a ideia de "vida" está muito atrelada às formas de vida que conhecemos. Sei lá se conseguimos conceber outras formas de vida que não essas que vemos por aqui na Terra... por exemplo, alguma forma de vida gasosa... enfim.
        Seja como for, a sonda Curiosity foi enviada pra Marte e parece que há indícios químicos de que se não houve vida propriamente dita, ao menos houve condições químicas e físico-químicas pra que isso tivesse acontecido em algum momento - a notícia pode ser lida nesse link aqui - e possivelmente seriam bactérias, ou ao menos as chances são maiores pra esses organismos.
     As implicações pra comprovação de existência atual ou anterior de vida fora da Terra teria impactos sociológicos importantes, já que seria um golpe duríssimo contra o criacionismo e na visão extremamente antropomórfica que temos do mundo e da natureza.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Como anda o mundo acadêmico

Não foi uma nem duas vezes que eu desci a marreta nos cientistas aqui nesse espaço. Em geral, as pessoas são vaidosas e muito ciosas de sua reputação, suas incumbências e atributos. Mas não é difícil que elas também pesem a mão e acabem se valorizando em demasia. Nada de anormal. São seres humanos. E por que digo isso? Por que quanto mais vivo na academia, mais vejo que muita gente boa tem que se engalfinhar com esse tipo descrito aí nas primeiras linhas: muita gente boa tem que aturar outras pessoas não tão boas assim, mas que têm uma autopercepção meio deformada, e obviamente supervalorizada. Juntando isso com a necessidade de produção imposta pela academia, a necessidade de corte de custos pra ser competitivo no mercado, as novas gerações de alunos cada vez mais arredia às formas tradicionais de convivência e obrigações escolares... bem, o resultado é que o pessoal anda meio desacorsoado com o mundo acadêmico como ofício. 

É nesse pano de fundo que eu coloco então um texto muito legal, de um escritos/filósofo que eu gosto muito - mas com o qual eu não necessariamente concorde de forma incondicional - e que ilustra um pouco dessa angústia com a forma como anda o mundo acadêmico em nossos dias. Pode ser lido o texto nesse link aqui. Vale um naco do seu tempo.