terça-feira, 19 de março de 2013

Brasilzão de meudeus

    Que os sistemas de avaliação educacional são uma encrenca danada, nem precisa dizer. É muito difícil fazer avaliações amplas e coerentes, sobretudo por ser muito difícil medir capacidades intelectuais de forma precisa - alguns diriam ser impossível, já que é difícil isolar capacidades humanas, pois todas estão integradas de alguma forma. Quer dizer, um jogador de hockey no gelo pode ser ruim de matemátic, mas ter uma velocidade de raciocínio absurdamente alta pra decidir uma jogada, que também depende de um componente motor igualmente absurdo. Isso quer dizer que medições dessa natureza sempre são parciais e requerem muita cautela no julgamento.
     Pois o governo faz avaliações do sistema educacional como uma forma de conferir em que pé andam as coisas nas escolas do Brasilzão de meudeus. Iniciativa boa, necessária, mas ainda muito defeituosa. Aprovo a necessidade, discordo dos métodos e, principalmente, das conclusões daí tiradas.
    O problema é que as avaliação do governo andam cercadas de descrédito por eventos como vazamento de provas, roubo de exemplares e algumas outras ocorrências de ordem organizacional. Mas essa notícia aqui, mostrando uma redação na qual um auno colocou uma receita de miojo (!!!), é achincalhar demais com a coisa e, pra mim, acentua o descrédito que ronda a correção, retirdão e profissionalismo com que são corrigidas as provas. Vale um naco do seu tempo ler a notícia.
     A pergunta que me fica não é sobre a audácia do aluno, ou a incompetência do corretor, mas sobre a resposta dada pelo órgão do governo, o MEC, quanto ao ocorrido, dizendo que "a presença de uma receita no texto do participante foi detectada pelos corretores e considerada inoportuna e inadequada, provocando forte penalização"... e o cara tirando uma nota daquelas? Isso pra mim, na melhor das hipóteses, é de um cinismo enojante!!! Mas é assim que andam as coisas.

Atualização do blog: depois de ler a notícia acima, me deparo com essa notícia aqui, que é bem mais escandalosa do que a anterior, e só reforça o argumento acima. Nota máxima pra redação com erro de ortografia é o fim da picada!!!

terça-feira, 12 de março de 2013

Vida em Marte

     Desde quando se especula se há vida noutros planetas eu não sei dizer. Mas digo que, estatisticamente, não é possível que não haja. Mesmo assim, a ideia de "vida" está muito atrelada às formas de vida que conhecemos. Sei lá se conseguimos conceber outras formas de vida que não essas que vemos por aqui na Terra... por exemplo, alguma forma de vida gasosa... enfim.
        Seja como for, a sonda Curiosity foi enviada pra Marte e parece que há indícios químicos de que se não houve vida propriamente dita, ao menos houve condições químicas e físico-químicas pra que isso tivesse acontecido em algum momento - a notícia pode ser lida nesse link aqui - e possivelmente seriam bactérias, ou ao menos as chances são maiores pra esses organismos.
     As implicações pra comprovação de existência atual ou anterior de vida fora da Terra teria impactos sociológicos importantes, já que seria um golpe duríssimo contra o criacionismo e na visão extremamente antropomórfica que temos do mundo e da natureza.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Como anda o mundo acadêmico

Não foi uma nem duas vezes que eu desci a marreta nos cientistas aqui nesse espaço. Em geral, as pessoas são vaidosas e muito ciosas de sua reputação, suas incumbências e atributos. Mas não é difícil que elas também pesem a mão e acabem se valorizando em demasia. Nada de anormal. São seres humanos. E por que digo isso? Por que quanto mais vivo na academia, mais vejo que muita gente boa tem que se engalfinhar com esse tipo descrito aí nas primeiras linhas: muita gente boa tem que aturar outras pessoas não tão boas assim, mas que têm uma autopercepção meio deformada, e obviamente supervalorizada. Juntando isso com a necessidade de produção imposta pela academia, a necessidade de corte de custos pra ser competitivo no mercado, as novas gerações de alunos cada vez mais arredia às formas tradicionais de convivência e obrigações escolares... bem, o resultado é que o pessoal anda meio desacorsoado com o mundo acadêmico como ofício. 

É nesse pano de fundo que eu coloco então um texto muito legal, de um escritos/filósofo que eu gosto muito - mas com o qual eu não necessariamente concorde de forma incondicional - e que ilustra um pouco dessa angústia com a forma como anda o mundo acadêmico em nossos dias. Pode ser lido o texto nesse link aqui. Vale um naco do seu tempo.