segunda-feira, 30 de março de 2009

Link para o Clube da Luta

Eita gente preguiçosa essa que vem me pedir pra arranjar o livro.

Coloquei "Chuck Palahniuck Clube da Luta pdf" no google e apareceram 34587345824546245 mil links de blogs que penduraram isso por aí nos rapidshare da vida.

Então, tomem vergonha na cara e nem me venham com churrumelas!!! Além de economizar uma grana, ainda querem que eu pegue a bagaça... ah, faça-me o favor!!!

Vamo lá... se alguém encontrar um link legal, manda aí que eu posto o link.

Run, Forrest...

quinta-feira, 26 de março de 2009

Chiei, e responderam!!!

Reclamei da matéria com o pessoal da Folha. E não é que responderam? Tanto melhor. Isso significa que podemos ser ouvidos, e portanto, devemos falar!

Segue meu mail e a resposta da repórter. Devo também elogiar que a resposta veio em dois dias, e que o ombudsman mandou bem! Minhas considerações estão no final.

"Sent: Tuesday, March 24, 2009 9:36 AM
Subject: Erro no folha saúde

Saudações

Há alguns problemas no texto "Reduzir carne vermelha reduz mortalidade", no Folha Saúde de 24/03/2009, na versão online.

Em primeiro lugar, o texto cita o "Jama", mas não diz nem em qual volume da revista está o artigo pra que se possa ler o dito cujo original e nem qual o nome dos pesquisadores pra que se possa entrar em contato com os mesmos afim de discutir os resultados.

Em segundo lugar, não há nenhum detalhe sobre a população avaliada na pesquisa e quais outros fatores de risco dos pacientes (como fumo, histórico de câncer e hipertensão). Também não diz qual a causa da morte e repentinamente o texto toma a liberdade e falar em câncer e trazer um dado que o artigo original não cita!!!

É notório que a divulgação científica no Brasil é lastimável, assim como é notório que pouco se faz a respeito já que a ciência só é interessante se for impactante.

Fico à disposição para eventuais esclarecimentos

Att

Prof. Erik Montagna

Mestre em Ciências (Bioquímica) pela USP.
Docente de Metodologia da Investigação Científica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímicas Oswaldo Cruz, São Paulo, SP.

Caro. Sr. Erik,

a repórter Julliane Silveira enviou a resposta que segue abaixo.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lins da Silva
Ombudsman - Folha de S.Paulo

"obrigada pelas considerações.

Em geral, não citamos número de periódico em reportagem do jornal _até porque muitos desses períodicos não são acessíveis ao público leigo. Dizemos que a publicação é de hoje (24/3), para facilitar a busca do leitor que se interessar por mais informações. O pesquisador principal é Rashmi Sinha, da Universidade da Carolina do Norte.

A população avaliada, como cita a reportagem, é composta por norte-americanos de 50 a 71 anos de idade. Os pesquisadores consideraram variáveis como histórico de câncer e de tabagismo, IMC, atividade física, ingestão de calorias e de álcool, consumo de frutas e vegetais, entre outros. Para validar a pesquisa como base de reportagem, a consideração de variáveis normalmente é essencial. Por termos espaço limitado no jornal, não incluímos essa informação, que apenas atesta a relevância da pesquisa, mas não é dado imprescindível para o leitor leigo, nosso principal foco.

Entendo que o dado não citado no estudo a que você se refere é a forma de preparação da carne. Em material do Jama divulgado para a imprensa, o pesquisador faz a relação do aumento de incidência de câncer e doenças cardiovasculares com as substâncias liberadas durante a preparação das carnes, a grande quantidade de gordura saturada e excesso de sal nas carnes processadas, como explicamos na matéria.

Outras informações presentes na matéria foram fornecidas por especialistas brasileiros, de instituições renomadas, que avaliaram o estudo e citaram dados importantes para o leitor _como é praxe das reportagens publicadas pela Folha."

Manifestação: para avaliação e resposta ao leitor."


Pois acho que a resposta da repórter procede. Ela tem razão quanto ao público alvo e as minhas solicitações. Entretanto, ela assume que o material original cita sim as predisposições, mas eles não citam por que aquilo só corrobora o que é dito.

Pois bem. E qual seria o problema? O texto direciona pra um lado repentinamente e não dá conta de um "meio-de-campo" necessário pra fazer a ponte. Ela alega que há limitações de espaço. Verdade, e nem acho que deveria ser um tratado. Mas de novo, entramos no assunto da linguagem. A imprensa sempre bate o prego. Nunca existe o condicional, a possibilidade e as chances. Mas de novo, como eu disse, o que interessa é o impacto.

Devo também notar que nos comentários do post anterior foi dito que não deu pra encontrar o artigo no JAMA. Eu também não encontrei nada no volume do dia 24.

Estou dando esse assunto com o ombudsman por encerrado pois achei o retorno bastante satisfatório - veja, pelo retorno em si. Eu poderia discutir um pouco mais sobre isso, mas deixaríamos de tratar do assunto em si e falaríamos de jornalismo científico, o que não é o caso.

A pulga atrás da minha orelha: sem a famosa "carteirada" no fim do mail, teriam dado andamento ao caso e me respondido? Ou isso não teve nada a ver? Sei lá... já escrevi muito pros caras em coisas parecidas, mas é a primeira vez que me respondem. Coincidência? Tomara.

terça-feira, 24 de março de 2009

Jogo dos 7 erros... ou mais...

Está na Folha de S.Paulo de hoje (24/03/09). Vejamos quantos problemas há com o texto. Em tempo, adoro churrasco e mais ainda, adoro o livre-arbítrio!

"Reduzir carne vermelha diminui mortalidade

Pesquisa publicada no "Jama" acompanhou 500 mil pessoas durante dez anos

Para pesquisadores, 11% das mortes em homens e 16% em mulheres poderiam ter sido adiadas com a redução de carne vermelha

JULLIANE SILVEIRA
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL,

Um estudo divulgado hoje no "Jama" (revista da Associação Médica Americana) aponta relação entre o consumo de carne vermelha e carnes processadas e maior número de mortes por câncer e problemas cardiovasculares. A pesquisa, uma das maiores já realizadas, analisou dados de 500 mil norte-americanos de 50 a 71 anos de idade.
Em dez anos de acompanhamento, morreram 47.976 homens e 23.276 mulheres. Para os pesquisadores, 11% das mortes em homens e 16% das mortes em mulheres poderiam ser adiadas se houvesse redução do consumo de carne vermelha para 9 g do produto a cada 1.000 calorias ingeridas -o grupo que mais ingeriu carne vermelha (68 g a cada 1.000 calorias) foi o que apresentou maior incidência de morte.
No caso das doenças cardiovasculares, a diminuição dos riscos chegaria a 21% nas mulheres se houvesse redução. "A carne processada tem mais sal e gordura saturada, o que aumenta chances de doenças cardiovasculares", diz Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Hospital do Coração.
Para o cardiologista Marcos Knobel, coordenador da unidade coronária do hospital Albert Einstein, além da gordura da carne, o problema é o preparo e os outros alimentos que são somados à refeição. "Se a pessoa come um bife à milanesa ou um bife com ovo frito, já estourou de longe a cota de colesterol."
Além disso, ele alerta para os condimentos. "O sal aumenta o risco de hipertensão arterial sistêmica. Se a carne for processada, é pior porque, além do sódio, geralmente tem óleos para a conservação."

Câncer
Os riscos de câncer estão principalmente relacionados à forma de preparação de qualquer tipo de carne. Sabe-se que, durante o cozimento em altas temperaturas, são formadas aminas heterocíclicas, substâncias reconhecidamente cancerígenas. As maiores temperaturas são atingidas ao grelhar na chapa e fritar com pouco óleo o alimento. Por esse motivo, indica-se a preparação no forno ou em um cozido.
O churrasco também traz perigo. Durante a preparação, a fumaça do carvão libera alcatrão e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, substâncias também cancerígenas. "A associação é feita principalmente com as carnes vermelhas, porque elas são preparadas mais frequentemente em churrasco ou na chapa", afirma Fábio Gomes, nutricionista do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Segundo o cirurgião oncológico Benedito Mauro Rossi, do Hospital A.C. Camargo, a relação entre consumo de carne e câncer está muito estabelecida, inclusive no Brasil. A distribuição geográfica do câncer do intestino, por exemplo, mostra que no Amapá, a incidência do tumor é de 1,51 caso por 100 mil habitantes, enquanto no Rio Grande do Sul, a terra do churrasco, a incidência é de 28,5 por 100 mil habitantes.
Outro mecanismo desencadeante de câncer seria o excesso de ferro no organismo, ocasionado pelo alto consumo de carne vermelha, importante fonte do mineral. Muito ferro pode causar danos oxidativos e agredir as células do intestino grosso, o que leva ao câncer.
Já as carnes processadas, como linguiças, charque e hambúrgueres, são conservadas com nitritos e nitratos, substâncias, que, no estômago, são transformadas em nitrosaminas, que aumentam as chances de ocorrer um câncer no estômago e no intestino. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que a ingestão de carne (excluindo frango e peixe) não ultrapasse os 300 g por semana.
Como a carne vermelha é boa fonte de ferro, é indicado aumentar o consumo de vegetais folhosos verde-escuros, também ricos no mineral."

Agora é minha vez...

Que título infeliz... sensacionalista, Deve ser coisa de vegetariano ou então de gente que acha que a culpa das mudanças do clima são do metano das vacas. É seco e bate o prego: acontece isso. Duvido que os autores tenham afirmado isso em algum lugar do texto, mas vamos adiante.

O que é Jama? Ah... uma "revista" de uma associação médica americana. O artigo está em qual volume da revista pra que eu possa ler? Aliás, quem são os autores da pesquisa pra que eu possa mandar um mail e bater um papo com os caras?

Tantos porcento de homens isso, tantos porcento de mulheres aquilo, o que significa isso? Aliás, os caras colocam na capa da matéria uma linda e deliciosa costela de boi. Mas na matéria descem o pau nas carnes processadas também. Sei, sei...

Aí, resolvem falar de churrasco e que no Amapá tem tanto de câncer disso e no RS tem 20x tanto de câncer disso. É mesmo? E qual a diferença de renda entre os lugares? Queria ver a diferença de estilo de vida - inclusive por comparar o tamanho das capitais, pois claro, Rio Branco é uma reconhecida metrópole, com todas as suas vicissitudes. Aliás, como é a coleta de dados de saúde nesses dois lugares? Tenho certeza que o RS tem bem mais condições de coletar dados sobre enfermidades. No Amapá as pessoas devem morrer e nem saber do quê!!!

Outra coisa, só os gaúchos comem churrasco? Queria ver os dados dos catarinenses, paranaenses, goianos, matogrossenses, argentinos e uruguaios pra ver se eles também morrem mais de câncer.

Ah, ninguém falou de hábitos de atividade física, outros fatores predisponentes a transtornos de saíude de qualquer ordem, a quais populações se referiam o dito estudo, se eram do interior, cidade, se fumavam, bebiam, usavam drogas, eram cristãos, qual a frequência com que comiam carne, e qual carne. Diga-se de passagem que nos EUA é bem difícil consumir carne fresca.

E pra terminar, só com os mais problemáticos, e pra não dizerem que eu sou chato (demais), fica o recado de que os japoneses têm uma das dietas mais elogiadas pelo equilíbrio e composição. Mas que eles são os que mais morrem de câncer de estômago no mundo! Olha que coisa... enquanto isso, no Mediterrâneo, cheio de italianos, espanhóis e gregos, todos com o rosto vermelho, gordos e sem dúvida, glutões, estão algumas das populações mais longevas.

E aí, vai dispensar o churrasco do final de semana? Nem a pau!!!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Interferências na alma

Sou um materialista. Acho que não deixo dúvidas quanto a isso. Deixo na notícia aí, então, uma reflexão interessante. Se nossa mente, nossos atos e nossa "alma" não fossem parte material do animal que somos, não estariam suscetíveis às alterações promovidas por um parasita microscópico.

"Cientistas descobrem como a toxoplasmose pode induzir transtornos psiquiátricos

Cientistas da Universidade de Leeds, Reino Unido, descobriram como o parasita da toxoplasmose (Toxoplasma gondii) deflagra surtos psicóticos e outras alterações de comportamento que se assemelham à esquizofrenia e ao transtorno bipolar. Publicado na revista PLoS One, o estudo revela que ao infectar o cérebro, o parasita se transforma em cistos que fabricam a enzima tirosina hidrolixase, que é usada na síntese de dopamina, levando ao aumento da produção deste neurotransmissor."

Íntegra aqui.

Reflitam.

PS: Pra quem não tem problemas com o idioma, aí do lado tem um link para a revista PLoS. Vale a pena fuçar e ler o artigo inteiro. É bastante interessante!

domingo, 8 de março de 2009

Prodig I

Está lançado o Prodig - Programa de Diminuição da Ignorância - desse bimestre.

Como foi dito na aula, o intuito dessa empreitada é fazer o pessoal ler mais, e ler coisas boas e úteis. Reiteramos que o trabalho É OPTATIVO, portanto, faça se quiser, e se fizer, FAÇA DECENTEMENTE.

Fazer decentemente não é ganhar um Premio Nobel de literatura. É se comprometer com o trabalho e tentar aprender o máximo com isso. Escolha uma das obras para o trabalho.

Não tive dificuldade em encontrar o livro em lojas da internet. Aqui vão os links.

Grandes Debates da Ciência;

Os 10 Mais Belos Experimentos Científicos;

O Clube da Luta.

Tomei o cuidado de escolher livros com mais ou menos o mesmo preço e mais ou menos o mesmo tamanho pra evitar que todo mundo escolhesse a obra baseado nesses critérios infelizes exclusivamente.

Pra quem não tem o hábito de fazer compras pela internet, acho que se pode encontrar as obras em qualwuer grande livraria. Sebos também são uma ótima opção.

Boa leitura a todos.

PS: Se os veteranos também quiserem ler, fiquem à vontade. Só não posso garantir nota... hehe.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Sugestões de leitura

Não fazia isso há algum tempo. Mas vou indicar dois autores interessantes.

Andre Comte-Sponville é um filósofo francês (que é vivo!!!) e faz uma análise interessante sobre nossos valores, principalmente sobre como andam as coisas desandadas nesse mundão de hoje e como estamos despreparados pra lidar com isso. Como os valores corrompidos mexem com a gente e como estamos vagando meio sem rumo. Há excelentes traduções de muitos livros dele por aí pela editora Martins Fontes (sempre impecáveis!). Problemas: são caros (pela excelente qualidade) e difíceis de digerir. Tente começar por "A Felicidade, desesperadamente". Veja uma listinha aqui.

Phil Zuckerman é um sociólogo americano que estuda a religiosidade em sociedades humanas e como isso reflete na ética e moral de determinadas comunidades. Pensando em conflitos e terroristas e coisas mais estranhas do fundamentalismo (que não fazemos a menor idéia de como seja), o cara caiu no outro extremo: a ausência de religiosidade. Ainda não há obras em português, mas vale a pena ficar de olho. Hpa uma boa matéria sobre um trabalho recente dele aqui. Confiram.