terça-feira, 6 de abril de 2010

Em algum lugar do passado...

Nesta semana que chamam de "santa", a última que passou e todo mundo suou água com açúcar, pude visitar a minha querida Galeria do Rock. Hum!!! Antes de irmos, eu, minha namorada e um amigo que passou a semana em meu apartamento, procurei aquela camiseta surrada de banda, aquela bota de couro que transforma os dedos em amoras, dinheiro trocado para um café (antes era para bomberinho e cerveja mas...) e saí todo empolgado em direção ao que era meu refúgio nas tardes de sábado quando tinha meus 14 aninhos. A sensação estava de pura nostalgia, meus pensamentos tinham cheiro e sabor. Minha namorada empolgadíssima de tanto que já havia falado para ela sobre a Galeria do Roooooockkk... cara, animal!!! aham, desculpem-me.

Enfim, tudo estava maravilhoso até eu perceber que estava sentado no banco do meu carro. Ué? Péra aí!! Tem alguma coisa de errado. Nunca tinha ido para a galeria de carro, coisa óbvia! Mas não desanimei, meti um Sabbath no Cacareco (meu carro) e seguimos nosso destino. Detalhe, quem me ensinou o caminho até a galeria foi meu amigo que mora na Bahia, nasceu em Belém do Pára e viveu em São Paulo uns anos.

Não foi difícil chegar, cidade vazia, excelente companhia e cigarros. Difícil foi ter que desembolsar vinte pilas por 3 horas de passeio. A nostalgia foi passando a cada passo. Lojas diferentes, novas tribos, novas marcas, novos bonecos (que absurdo!) e de repente... tudo ruiu, quando vi, que o meu boteco preferido, virou uma hamburgueria!!!!

A Galeria do Rock, para mim, era um ponto de encontro que honrava seu nome... ROCK. Decepcionei-me na hora, mas passou quando percebi que, o primeiro cd que adquiri naquele lugar, o meu grande sonho de consumo na época, Paranoid do Black Sabbath, estava o mesmo preço de um hamburguer do meu estimado antigo buteco, R$ 8,80. Na época em que comprei este cd, ele deveria custar o dobro e mais uns 3 contos. Logo pensei, "cacete Leo!!! você já envelheceu o suficiente para poder perceber que o sonho não morreu cara, ele virou hamburguer"... e sempre vai virar alguma coisa.

Por sinal, o hamburguer era bom mesmo, recomendo. Terceiro piso. E uma coisa que gostei de ver na Galeria também, o respeito entre os frequentadores, pelo menos ninguém se agrediu enquanto lá estive. E desta vez, não prefiro recair.

3 comentários:

montagna disse...

Poizé... envelhecemos. Já envelhecemos, e continuamos. A Galeria tinha que fechar de vez. Aquilo sempre um antro de roubalheira. O Bomdeus criou o submarino, o Napster e o torrent pra mandar aquele bando de ladrão pra sarjeta.

Enquanto isso, a globo fica colocando personagem anacrônico na novelinha pra ver se dá alguma dignidade praquele lugar.

É mesmo... envelhecemos. No meu caso, já nasci velho, pois sempre odiei aquele lugar. Coisas de Laurinha...

Loraine disse...

A escada rolante estava funcionando? Essa também seria uma modificação significativa! hehe

V. disse...

Apesar de não ser assim tão velha [mas vejo que o tempo passou tambem pra mim...] eu vi a época da transformação e perda da real personalidade da galeria do rock.
Nos meus 16 em que o gótico mandava ,ouvia Tristania e Nightwish antigo e Marilyn Manson e via formas longíneas com rostos dramaticamente tristes, era o ápice da minha adolescencia. Ia toda semana pra galeria com minha amiga [que hoje não vejo mais]e cheia daqueles pensamentos jovens feministas e Ankhs pendurados nos pescoços.
Então eu vi cada loja ser demolida pra dar lugar à estilos surfistas, "pathy" e pior EMO!!! T_T
Com o tempo deixei de ir e desiludi de vez com a perda de sentido ao nome Galeria do Rock.
Nunca mais voltei, larguei de certa forma meu estilo gótico, mas guardo com carinho meus cd's e as lembranças daquela época que me diverti muito.