quinta-feira, 20 de novembro de 2008

E a ciência caminha...

Vejam só mais um bom exemplo do caminhar da ciência. A história é bonitinha, os dados são interessantes (mesmo!), mas lá no final há uma série de considerações de outro cientista falando coisas que o Tio aqui cansa de falar pra vocês. Vejam a aula de metodologia, em versão telegráfica, nas palavras do doutor fulano da psiquiatria que a reportagem procurou. Não só ele está coberto de razão, como fala o beabá da ciência. Vale a reflexão.

Ah... a notícia está aqui.

4 comentários:

Anônimo disse...

É mesmo uma grande coisa conseguir um exame de sangue para detectar depressão! Mas...

1)A parte em que ele fala de jovens esportistas com tendência à depressão ficou estranha... se eu bem entendi a OMS deu dados de jovens no geral e ele concluiu que os esportistas dele confirmam esses dados (?). Acho um tanto contraditório: as pessoas que praticam esportes não possuem uma liberação maior de neurotransmissores(?)...

2) Segundo a dieta dele ninguém na Grécia sofre de depressão, certo?

3)Uma coisa que perguntaram esses dias: como se faz um rato(uma cobaia) com depressão? E mais, como se sabe que o rato está deprimido?

Anônimo disse...

1. Sim, liberam. Mas as substâncias e as regulações são diferentes.

2. Ninguém não sei, mas bem menos com certeza. Os dados são consistentes por que as dietas mediterrâneas são muito interessantes. Já reparou que os velhinhos espanhóis e italianos com um pouquinho mais de grana (ou seja, podem manter aquela dieta) morrem com trocentos anos? O menos favorecidos enfartam cedo. Camarão, vinho decente e azeite extra-virgem são impraticáveis por aqui.

3. Existem modelos diversos em cobaias. O pessoal consegue medir aprendizagem, medo, confiança. Claro que tudo com o maior cuidado do mundo pra não antropomorfizar essas percepções. Mas te digo que o pessoal da etologia consegue coisas sensacionais. De forma geral, pra fazer um rato deprimido é necessário impedir a produção de algumas substâncias, mesmo que seja nocauteando genes. Mas eu nunca li nenhum protocolo. Vou fuçar isso.

Anônimo disse...

2. Não só (como se fosse pouco) a dieta deve influenciar. O estilo de vida deles também, não? É outro ritmo, menos estresse talvez...

3.1 Puxa, não sabia que dava pra medir tanta coisa em cobaias. Não sabia que dava pra medir em gente! Já que são características um tanto... subjetivas (?).

3.2 Bem... o que vc quiz dizer, e eu não entendi, com
"antropomorfizar essas percepções"?

3.3 Pra nocautear genes é preciso saber quais genes, certo? Isso já é conhecido?
Eu tinha pensado numa coisa mais simples, tipo alguma droga que induzisse à depressão.

Anônimo disse...

2. Menos stress, não sei. Mas o europeu enxerga as coisas de outra forma. Definitivamente esse modo americanizado só fode a gente.

3.1 Subjetivas nada. O causo é que nao fita métrica pra isso, mas existem escalas bem confiáveis. Ô se tem...

3.2 Colocar sob o prisma do ser humano. Como se as coisas fossem medíveis só pelo olho humano ou ainda, atribuir características humanas a seres ou coisas os quais não possuem ou aos quaisn não se pode atribuir essas características/valores.

3.3 Pra nocautear genes tem que saber qual. E alguns genes PARA isso não. Mas que supostamente interferem como um todo no sistema causando uma "down regulation". Droga que induz depressão é difícil. Tem "downers" bem conhecidos. Mas depressor de SNC não é necessariamente um causador do conjunto de sintomas clínicos de depressão, mesmo por que este envolveria o sistema serotoninérgico, que é o ó-do-borogodó!!! Mas tem maneiras.