terça-feira, 30 de junho de 2009

Pra ir se coçando

Drogas de abuso. Questão espinhosa, em vários sentidos. Conservadores são conservadores, doidões são doidões. Cada grupo perdido nos tons de cinza entre esses dois extremos coloca a coisa de uma forma, de sua forma. Invariavelmente, há uma coisa que permeia todas as opiniões: ignorância. Quem entende de drogas nem sempre é instado a falar. O pior é quando os entendidos têm uma posição filosófica, ideológica, ética ou moral que os fazem atropelar a farmacologia. No final das contas, ignorância é ignorância.

Assim, vejamos se conseguimos diminuir nossa ignorânica e ver alguns pontos de vista. Equilibrados, desequilibrados, tortos, enviesados, que mudam de assunto, que tratam sob outra ótica... mas vejam que ninguém fala de farmacologia. Vale um naco do seu tempo.

Tem acontecido muita coisa na mídia, mas aqui, aqui, aqui e aqui dá pra ler algumas boas coisas. Este último link é direto pro relatório da ONU. Dados. Lembrem-se, dados.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Gordura, carboidratos e felicidade

Olha que beleza essa reportagem aqui. No grosso, está dito que gordura e carboidrato melhoram o humor. Mas dá pra ter dúvida sobre o quanto essas coisas melhoram o humor? Ou, ao menos, omo está sugerido na reportagem, quanto ficar sem isso piora o humor? Em duas partes.

I. Claro que dá. Os dados que o cientista usou são bastante indiretos e estão a um abismo do que pode significar no cérebro humano. Aliás, há uma diferença muito grande entre liberar um determinado neurotransmissor (NT) e dizer que a liberação desse NT cause "felicidade" ou "melhora o humor". Aliás, a reportagem tenta sugerir um paralelo entre o mau-humor das dietas e a falta de carboidratios e gorduras. Também tenta transpor um bom abismo entre a ausência de percepção do gosto (como será que ratos percebem gosto?) e a influência das tais substâncias. Sei lá... precisava ler o artigo original. E eles dizem pra onde vai isso? Lá vamos nós fuçar e quando encontrarmos algo, trazemos.

II. Claro que não dá pra criticar!!! Churrasco e depois sorvete na sobremesa é um clássico!!! Massas com ovos, massas doces, tortas de creme, ou seja, tudo o que mistura carboidrato com gordura não tem como não ficar bom. Ruim é fazer dieta. E se um dia proibirem a gordura (alguém duvida que esse dia vá chegar?), eu viro traficante de carne pra churrasco e garanto a felicidade, deixando a decisão de como se matar a cargo do arbítrio das pessoas.

Saldo da brincadeira. A reportagem, pra variar, é uma droga. Não informa nada, repisa o óbvio falando que dietas causam mau humor, tenta relacionar algum NT a um determinado sentimento e pior, faz umas associações esdrúxulas e forçadas sobre sentimentos humanos, percepções de gosto, percepções químicas e a completa extrapolação das possibilidades do modelo.

Preciso ler o artigo. E se for bom, vira bandeira contra essa gente chata que faz dieta.

E viva o Arbítrio!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quem representa quem?

Realmente somos representados por quem diz que nos representa? Realmente participamos dos eventos, fóruns e assembléias pra expor nossas opiniões sobre um dado assunto, e de fato ter a consciência de ter contribuído para o processo?

CERTEZA QUE NÃO!!!

A gente reclama, mas nunca vai nas reuniões, fóruns e assembléias por que são coisas chatas, de gente que tem sabe-se lá quais intenções. Não somos politizados, não somos engajados, não temos ideologia e nem ideário. Mas adoramos reclamar que não somos representados. Em Atenas, esses eram os chamados idiotas, muito por cima, aquele tinha direito a expressar sua opinião, mas não o fazia.

Bem, eis aqui um exemplo edificante de como mostrar sua opinião, ser contra, e fazer algo a respeito.

sábado, 13 de junho de 2009

Fraudes em periódicos, falcatruas e plágio

A coisa tá desandada mesmo. A loucura das publicações tá ganhando até as páginas da FAPESP (de forma brandíssima, é claro). Pra quem não tem a versão impressa da revista, pode ser visto aqui e aqui. Discute-se o novo Sistema Qualis da CAPES para periódicos e cita muito por cima a questão dos índices e fatores de impacto. Pros iniciantes uma boa pincelada. Pros iniciados, efemeridades e revolta.

O negócio é que essa discussão de longa data tem causado estragos, antes míticos, renhidos, escamotados, com repercussão e gravidade. Virou carne-de-vaca. Baixaria, lavação de roupa suja e vale-tudo. Vale um naco do seu tempo a leitura, ainda que por cima.

Desde muzengas domésticas com viés político (aqui), sentando no rabo e falando do outro (aqui), à porquice do periódico que publica o plágio descarado (aqui), culminando na mais completa e absoluta piada (aqui). Noutros tempos nos perguntaríamos "onde isso vai parar?". A coisa me parece mais grave. Já me disseram que quando se pergunta onde está o fundo é por que o negócio vai mal, muito mal.

Por ironia do destino, naquela mesma edição da revista da FAPESP há uma breve nota sobre John Maddox, editor da Nature por muitos anos, e que teve um papel, a meu ver, meio dúbio no que permeia essa discussão. Se por um lado ele promoveu os periódicos científicos e procurou dar mais peso às publicações, de outro acabou sendo um dos responsáveis pelo peso exagerado dado às publicações - o que de certa forma nos arremessou no cenário atual.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Constatações do óbvio 2

Uma importante revista inglesa, The Economist, publicou uma matéria em que coloca em números o óbvio. O Brasil não vai pra frente por que falta escola de qualidade. Ou seja, estamos na merda por que somos burros. Alguma novidade?

Um comentário sobre a matéria pode ser visto aqui. Pra quem não tem problemas com a língua inglesa, o original está aqui.

Nos parece uma discussão tão desgastada, tão batida, que temos até meia dúzia de opiniões radicais sobre o assunto. De certa forma, isso pouco nos atinge, já que isso diminui substancialmente a competição pra nossa "casta". E, de certa forma, é algo invísivel pra todos nós.

Não sei quanto poderíamos fazer a respeito, já que há necessidade de pesada intervenção do Estado. Mas quanta munição temos pra criticar o sistema de forma equilibrada e propositiva? A reflexão vale um naco do seu tempo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quimeras Genéticas

Aticei a curiosidade do pessoal na última aula. Falei de quimeras genéticas.

Não consegui um lugar pra se fazer o download do episódio do Discovery Channel, nem o nome do tal episódio. Há algumas informações sobre o episódio aqui, que não passou de uma fuçada muito por cima no gugo.

Mas encontrei um lugar onde dá pra assistir o episódio em streamin', aqui, apesar da qualidade da imagem não estar lá essas coisas, e de ser em español, a coisa está toda lá. Vale um naco do seu tempo. Inclusive pra ver que eu não estava falando bobagem.