domingo, 28 de abril de 2013

Aprender a aprender

     O pessoal que trabalha com educação/pedagogia tem simpatia pela ideia de "aprender a aprender". Quer dizer, mais do que aprender esse ou aquele conteúdo, o mais importante é aprender formas eficazes de resolver problemas, mesmo que esse problema seja uma forma eficaz de aprender.
     Enfim, o fato é que isso não é valorizado na nossa cultura acadêmica. Minha faculdade foi baseada no "Aprenda a Nadar Bebendo Água" - como diria o André Dahmer na voz dos Malvados - como se o fato de me atirarem aos leões fosse me tornar algo melhor. Não tornou. Mas aprendi a me virar. Se era esse o objetivo, então conseguiram. Mas se o objetvo era que eu soubesse alguma coisa daquilo que me falavam, então o fracasso foi completo, com raríssimas exceções.
   Indo nesse rumo, li hoje um artigo muito interessante do Prof. Fernando Reinach sobre o desenvolvimento das capacidades do indivíduo e os momentos nos quais isso acontece. Pode ser lido nesse link aqui e vale seu tempo, principalmente por questionar algo no rumo do que eu disse aí em cima.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Da série "Murros no Estômago" - Pt. 1, Ilha das Flores

     Quando eu era criança um professor de Educação Moral e Cívica nos mostrou esse filminho. Eu devia ter uns doze anos. Fiquei muito impressionado na época, apesar de entender muito do que se tratava. Décadas depois tive a oportunidade de conhecer o autor, e ele se queixava que na maior parte das vezes as pessoas levavam a discussão pra lados que ele não esperava, e até se surpreendia com certas críticas. Isso é comum no mundo da arte, livros, músicas, filmes... enfim.
      No meu caso aqui, não quero superinterpretar demais a coisa. Só deixar esse murro no estômago do pessoal. Mesmo sendo uma produção meio tosca, até pros padrões da época, ele era um curta metragem arrasador, sob muitos pontos de vista.
      Sinceramente, não sei o que diriam os professores de Ética, e até adoraria ouví-los a respeito, com a típica agudeza de raciocínio e poder de argumentação que eles costumam ter. 
      Minha visão é bastante superficial, mas isso não deixa o curta menos impressionante. Aliás, nem vou levanter lebres sobre religião ou sobre posicionamento político: decerto há mensagens claras a esse respeito. Mas eu acho que elas não são a coisa mais importante. A pergunta aí é, por onde raios vaga a humanidade?
      Bom, chega de papo... assiste isso e reflete. Estamos noutro mundo ou não estamos? Vagamos nas nuvens se comparado ao grosso da realidade do Brasilzão de meudeus...

domingo, 14 de abril de 2013

O valor das coisas

     Há um tempo fui convidado a trabalhar num projeto que me daria prestígio e projeção, mas não daria dinheiro. Como não sou nada, por que não? Tinha tempo, vontade e disposição e, com algum afinco, eu teria meu trabalho reconhecido e tão logo desse certo, seria contratado pelos responsáveis pelo projeto. Por essa época as contas andavam apertadas e havia alguns trocados (literalmente) a receber ali. Mas eu teria contato com gente grande, seria visto e conhecido.
     Por mal dos pecados, um grande amigo me mostrou o trabalho de um desenhista chamado Di Vasca, um blog absolutamente sensacional sobre o que significa trabalhar num ramo onde o valor desse trabalho é sistematicamente ignorado. O blog pode ser lido nesse link aqui - e eu investiria um tempo pra ler tudo, mas tudo mesmo!!!
Pois nessa semana, lendo um blog de um jornalista esportivo bem famoso, vi que ele reproduz uma coluna de um crítico de cultura também famoso na qual faz o mesmo tipo de crítica do Di Vasca - e pode ser lido aqui - e que também cita um texto do escritor João Ubaldo Ribeiro, que é um primor - e pode ser lido aqui.
     O fato é que todos esses caras dizem que o trabalho intelectual no Brasil não vale nada. Nada. E há um péssimo costume de se pedir um conselho, ou tirar uma casquinha, ou se aproveitar do que o outro faz. E o que acontece com desenhistas, designers, programadores, jornalistas, escritores, também acontece com professores e cientistas. A fala é sempre a mesma, "Mas você está sendo convidado por uma instituição de presdtígio pra participar dessa banca", ou ainda "mas nossa instituição quer contar com o seu nome", e NINGUÉM fala em pagar pelas horas que você vai gastar pra fazer isso.
     É raro me perguntarem quanto custa minha hora pra ensinar alguma coisa, e se isso acontece por alguma iluminação divina, todos fazem aquela cara de "Nossa, mas é muito caro!!!"... e eu sempre dava um jeito. Mas parei de dar um jeito. E se todos parassem, talvez algo acontecesse. Mas não vai acontecer. Mesmo assim, tenho preferido dar umas caneladas por aí a me submeter a certas coisas, como por exemplo a experiência citada no início desse texto. Mesmo assim, em outros momentos a gente às vezes cede, por ver de fato algum potencial. Mas não pode ser indiscriminado. Deve partir de mim.
     E sempre me pergunto, pra que raios serve estudar, se empenhar e ser bom nalguma coisa se vão querer que eu trabalhe de graça? Vai entender... mas que é cultural, isso é.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Provocação

    Vou escapar um pouco da ciência, mesmo achando que a ciência tem muito a contribuir pro assunto, sobretudo a psiquiatria.
    Colocaram uma aberração na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Ponto. Poderíamos discutir os motivos que levaram a essa distorção escabrosa - afinal de contas ele não entrou ali pondo uma arma na cara de ninguém.
    Digam o que quiserem, mas uma pessoa que ocupa um cargo público representa uma instituição, e assim, suas palavras devem ser moduladas pelas diretrizes que regem a Casa. Posto isso, coloco dois artigos sobre a escabrosidade medieval que a criatura encarna. Não necessariamente sou fã de carteirinha de nenhum dos dois articulistas, menos ainda da empresa pra qual trabalham. Mesmo assim, gostei das opiniões.
    Coisa rara, mas não vou comentar nada depois. Eles fecham a questão.
    Em breve, um pouco de filosofia... só pra azedar de vez o humor.
    Ah, os artigos. O primeiro pode ser lido nesse link aqui, e o segundo nesse link aqui.