A estrutura da universidade pública para pesquisadores não raro fica viciada, bem como os meios de financiamento. Fácil entender: quem julga e avaliza projetos que renderão verbas são sempre os mesmos. Assim, ou se é da panela, ou morre de fome. Nada mais natural entre seres humanos. E nada exclusivo do Brasil.
Então, lá pelas tantas, um excelente cientista resolve se revoltar contra o sistema e convence muita gente de que fora da universidade ele vai poder fazer e acontecer (fato!), e que se dessem grana pra ele, as coisas seriam diferentes na produtividade (fato!), e que seria fora do eixo sul-sudeste, para expandir horizontes (fato!). E tome grana!!! Ótimo. Esqueceram de verificar a parte "Ser Humano" da pessoa (que no caso, não consta), e o resultado pode ser visto nessa notícia aqui.
Tive oportunidade de viver um tempo no mundo da pesquisa em neurociência e descobri que no Brasil, todo mundo está com alguém, e, portanto, contra outro alguém. Se você é desse grupo, ou trabalhou nesse grupo, então é contra aquele grupo. Parece uma futebolização da ciência.
O resultado da brincadeira aí está. Um ex-aluno sai fora do lugar que já é derivado de um racha, se arruma noutro lugar, funda outro grande centro, promissor, o mesmo início da outra conversa. Conhecendo os personagens como não conheço, só ouvi fofoca, a nova história deverá ser diferente dessa do link aí em cima.
Mas a primeira história não era diferente das anteriores?
Não me lembro de quem era a frase, mas era algo como basta que o oprimido se veja na posição de opressor e ele não perde a chance de se comportar com tal. Nada mais desanimadoramente humano...
2 comentários:
Há que se desconfiar dos que fazem bons discursos...
Alguém disse que para fazer uma guerra bastava juntar a necessidade (financiamento) com um inimigo em comum (o outro grupo que também quer financiamento).
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