domingo, 12 de dezembro de 2010

Por que a coisa vai mal - Parte IV

Por que tanta insistência em insistir no óbvio? Sabemos que a coisa vai mal, não sabemos?

Mas, somos cientistas. E cientistas não podem "achar" nada sem dados. Não temos o direito de achismos. Devemos ter os dados, interpretá-los e com isso emitir uma opinião. O caso é que os dados são tão absurdamente claros, que chegam a ser auto-explicativos.

Pois vejam o tamanho de desastre nesse link aqui, onde se mostra que os alunos não conseguem LER... isso mesmo, não conseguem ler - como se isso fosse novidade.

E nesse link aqui, podemos ver que o Brasil não consegue sair do lugar nos parâmetros internacionais de qualidade de ensino. Na verdade, a comparação com Finlândia, Suécia e Holanda não é justa. Devemos comparar o Brasil com países com o mesmo poder de fogo que o nosso, por exemplo, Chile e México. E a vergonha é ilimitada, pois esses caras conseguiram melhorar substancialmente e os tupiniquins, necas...

E a coisa vai mal...

9 comentários:

farmacéptica disse...

Só uma coisa a dizer:
Não vamos melhorar em nada enquanto estivermos cultivando esse modelo educacional arcáico. Qual seja, nivelar por baixo ao invés de possibilitar meios de melhorar, e educação universitária do tipo "acúmulo de informação". Moral da história: a coisa é tão desestimulante e massacrante que o período em que estamos dentro das escolas e faculdades é desagradável (enquanto forma de aprendizado), extremamente estressante e desmotivador (por ser um monte de informação pra ser "engolida" a seco, despejada num papel... e que será em grande parte esquecida num prazo curto de tempo). O pior de tudo: os que pensam menos e decoram mais vão passando...
=/

V. disse...

E assim caminha a humanidade junto da mediocridade. (Péssima rima mas a total verdade.)
A pergunta que não quer calar: será que algum dia a coisa vai deixar de ir mal? Ou continuaremos sempre reclamando do obvio e alheios as possíveis mudanças?

farmacéptica disse...

Acho que não... mas a maior parte de nós vai se conformar e seguir a vida na mesma inércia da mediocridade.

A humanidade deixou de caminhar há tempos... só a mediocridade continua caminhando.

=/

farmacéptica disse...

Irônico não?

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,ao-ser-diplomado--tiririca-e-ovacionado-na-assembleia-legislativa,654930,0.htm

Ler? Hahahah!

V. disse...

Estamos no caminho errado e isso me dá mto medo...
Não de estar errando e sim de esse ser o errado.

GaArini disse...

@Farmaceptica
Vejo como um ato de mudança, pararmos de aceitar esse conformismo e tentar levar esse pensamento adiante, pois em nada adianta essas discussões, se aquilo que temos não sai desse mundo inteligível. Sei que é muito difícil, mas pequenas atitudes projetam alguma diferença, ao menos. Concordo contigo que esse sistema educacional é precário, porém assim como disse Ken Robinson nos vídeos do último post, temos de trabalhar contra o problema e não no problema, logo a revolução que ele tanto suscita se mostra necesserária. Em cima dessa questão, levanto uma pergunta: como promover tal revolução em meio a uma sociedade (e me refiro aqui as sociedade como um termo mais abrangente), cada vez mais alienadas, mais irracionais e com preocupações baseadas no imediato?

farmacéptica disse...

Se te ocorrer alguma resposta à sua questão não deixe de compartilhá-la...

Não vislumbro uma saída, mas acredito que isso só vai mudar quando todas as necessidades imediatas forem saciadas e a realidade entrar pela porta da frente da sociedade, arrancando a parede, o telhado e desabando sobre suas cabeças. Noutras palavras, só quando as pessoas se derem conta que depois de obter seus diplomas, carros, imóveis... continuam sendo as mesmas pessoas sujeitas às mesmas mazelas humanas.

V. disse...

Acho q a resposta se resume a 2 palavras: vontade politica.
Se queremos mudar algo, mesmo o sistema educacional precisamos de vontade politica. Tanto para eleger candidados q prezem a educação, como por parte dos politicos em reformar o sistema.
Mas estamos num ciclo vicioso, não sabemos votar e os candidados não querem trabalhar. Existe tambem a estagnação politica da sociedade, precisamos q sociedade volte a dar valor ao seu poder de influencia sobre o governo. e só assim poderemos falar em mudanças.

GaArini disse...

@Farmacéptica
Bom, sinceramente, gostaria muito de ter uma resposta a essa questão, porém como não tenho, vejo como algo válido, alternativas. A resolução de problemas imediatos é algo extremamente válido, mas ainda assim não resolve o problema, pois o foco ainda é o mesmo, sendo que o modelo educacional vigente ainda se manterá. Quando se refere ao fato das pessoas não se darem conta que são as mesmas, mesmo após a aquisição de tudo o que desejam, só mostra o quão caminhamos frente a uma mentalidade consumista e imediatisma, que não mais visa a satisfação dos desejos, pior: vislumbra apenas satisfazer prazeres momentâneos (comprar por comprar, ter por ter), enfim a coisa persiste.

@V.
Creio que a vontade política deva ser pensada como última instância, pois o governo não quer oferecer conhecimento a população, quer apenas reproduzir cada vez uma mentalidade maquinal, técnica (ver o grande número de faculdades técnicas criadas nos últimos anos).

Enfim, o grande problema de se pensar em possíveis revoluções é que elas, obrigatoriamente, atingem uma macro-escala, logo, continuo batendo na mesma questão, como então fazer atingir tal parâmetro? Mas, apesar dos contras, não devemos perder a fé na mudança!