segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cultura e Conhecimento

Definitivamente cultura e conhecimento são coisas que não necessariamente andam juntas. Portanto, obter conhecimento não torna as pessoas mais cultas, apesar de haver pessoas cultas com nem tanto conhecimento assim. Fato é que o público universitário é tido como a elite intelectual... só se for piada. E pra terminar a catástrofe, nem nos EUA a coisa melhora.

Neste link aqui há uma reportagem que mostra como os universitários são crédulos e ignorantes - não só daqui da nossa terrinha atrasada. Isso reforça uma máxima do meu avô, que sempre diz que se a gente pendurar uma sacola de dinheiro no lombo e amarrar um diploma no pescoço de um porco, ele vai continuar sendo um porco do mesmo jeito. O pior desse caso é que são estudantes teoricamente muito melhor formados que os daqui, e que acreditam em coisas incríveis (leia o texto - é tragicômico!); portanto, não é um diploma e uma sacola de dinheiro num porco, mas sim, uma metralhadora e uma granada nas mãos de um chimpanzé!

O caso é que a educação formal não consegue desmanchar crendices, e principalmente a falta de uma educação científica permite que absurdos permaneçam vivos na "cultura" vigente. Esses absurdos poderiam ser inofensivos, mas não são. Pessoas com grande poder podem vir a tomar decisões baseadas unicamente na sua "experiência". A não separação entre ficção e realidade, e principalmente, na minha opinião, a necessidade de uma busca incessante por sentido para uma vida estúpida, mantém os absurdos vivos e pululando por aí. Sem dúvida, faz diferença pras nossas vidas, cedo ou tarde.

4 comentários:

farmacéptica disse...

Só consigo pensar em uma coisa: "se os ET'construiram as pirâmides" é melhor que o mundo acabe mesmo em 2012!!!

hahahahaha (não resisti à piada)

GaArini disse...

Fala galera! Tudo bem?
Bom, o texto juntamente com a nota de jornal suscitam bem o problema do desisteresse pela área científica, pois além de ser uma área ardua e que pede muita experimentação, análise, método e tudo mais, traz consigo a falta de incentivo, agravando bastante essa lacuna no que diz respeito a educação científica. O que mais me deixa absmado, pra não dizer transtornado, é o fato de logo EUA, país que possui os maiores centros de saber do planeta e que gera boa parte da elite intelectual do mundo (Harvard, Ucla, MIT, etc), traz consigo uma população com uma mentalidade altamente questionável. Nesse contexto, não posso deixar de citar um exemplo: um colega dos anos de colégio, certa vez em uma viagem de intercâmbio aos EUA (foda ter amigos ricos), comentou que em um conversa com algumas pessoas disse que nunca tinha visto neve, pois morava em um país que não caia neve. Assim que ele disse isso, toda aquela rodinha o olhou como um verdadeiro ET, inconformados e ainda perguntavam: "Mas como assim? Não neva no seu país?", achando a aquela afirmação a coisa mais absurda do mundo. Bom, creio que só isso reforça a base educacional americana como um todo.

V. disse...

Creio que mais do que nunca as ciencias se desmoralizaram em relação às outras carreiras. Tenho um conhecido que trabalha na FIOCRUZ e disse ter desiludido por que gastou anos com pesquisas importantes para no fim depois de publicadas serem esquecidas no fundo da gaveta. Agora ele pensa em trabalhar na área de humanas, por que pelo menos ele pode publicar um livro que será lido por alguem. É só ver os livros de pseudo-psicologia e como são trunfo de vendas.
Como podemos querer o interesse um maior por ciencias se nem ao menos temos reconhecimento? De que adianta investir massissamente em educação se não temos um controle de qualidade, que privilegia os alunos com melhores notas a serem professores? Ninguem quer ser professor, por que não dá prestígio nem dinheiro. E realmente é uma pena, afinal não existe profissão mais nobre do que essa.

Marco Arribas disse...

O mesmo pode ser dito sobre um brasileiro... O amigo rico de GaArine estava errado. NEVA no Brasil. Será que ele já ouviu falar na Serra Gaúcha? Pode ser que americano não saiba nada sobre o nosso grandioso Brasil. Do mesmo modo, um iraniano ficaria chocado com um diplomado no Brasil: mas como, Mahmoud Ahmedinajad não fala árabe?

Agora a pesquisa da Folha: "Há fenômenos que a física e as leis da natureza não podem explicar". Mais de 30% concordaram. Será que a resposta correta seria discordar? Quanta pretensão! Aí está o problema: o cientista se julga o novo sacerdote e a ciência é a nova religião....