Recebi esse vídeo de uma das leitoras do blog e achei a coisa mais magnífica que vi em muito tempo. Magnífico, pois é muito revelador sobre algumas posições e pensamentos que tenho a respeito do indivíduo comum, nosso conterrâneo. Entendo que o brasileiro, de forma geral, e ao contrário do que se diz, não é nada cordial. E digo mais, é racista e bairrista. Saindo dos brasileiros (que é muito generalizante, claro, aceito a crítica!), vejo que, no geral, as pessoas nutrem grandes incoerências. Não vou falar mais nada, apenas deixar o vídeo. Continuo depois que vc assistir o dito cujo.
Passar trote não é nada legal. Aliás, é coisa de desocupado. Mas esse trote arranca do interlocutor (a vítima) algumas coisas interessantes.
1. Incoerência. O sujeito diz que pode comer vaca, chester e peru, mas cachorro não. Qual a diferença se são todos animais? Pessoalmente eu comeria cachorros numa boa; mas se vc acha cachorro fofinho e vaca imbecil e por isso como vacas e não cachorros, isso é problema seu. O vegetariano fundamentalista não come nenhum bicho: problema dele, mas acima de tudo, coerente. Eu como qualquer bichinho, seja fofinho, imbecil ou nojento. Se ficar apetitoso depois de passado na brasa, não faz diferença. Mas pro nosso herói, alguns bichos são diferentes por que são especiais de alguma forma. Incoerente. A natureza não diferencia. Bicho é bicho, a questão é qual posição esse bicho ocupa na cabeia alimentar. Não só isso, mas lá pelas tantas ele diz que lá na China os bichos são diferentes dos daqui. Xiii... Vamos adiante.
2. Cordialidade. O nosso herói é racista. Ponto. Ele se posiciona de forma muito clara sobre isso: "se vc quer comer cachorro, volta pro seu país". Portanto, não é cordial e não respeita a diferença e a cultura do outro. Quem nunca viu ou ouviu isso sobre todos aqueles que são de alguma forma diferentes do que se considera "normal"?
Verdades sejam ditas: o nosso amigo que está se passando pelo chinês provocou muito o nosso herói do outro lado da linha. Ele foi fundo mesmo e pegou pesado. Não dá pra livrar a cara dele (que passou o trote), já que ele também apelou para estereótipos pra fazer seu trote. Mas a posição do outro lado é bastante reveladora. O cara se revoltou e perdeu as estribeiras. E aí, tudo vem à tona.
Por isso digo que aí está um exemplar, que acho até bastante típico, do brasileiro cordial, mas que é tacanho, racista e nada hospitaleiro; que da boca pra fora "respeita" a diversidade - seja ela qual for - mas que no fundo é bairrista e preconceituoso. São situações assim que revelam grandes coisas que estão por baixo da fina casca de tolerância que recobre a ignorância.
E depois dizem que eu sou o tosco... afe...
1. Incoerência. O sujeito diz que pode comer vaca, chester e peru, mas cachorro não. Qual a diferença se são todos animais? Pessoalmente eu comeria cachorros numa boa; mas se vc acha cachorro fofinho e vaca imbecil e por isso como vacas e não cachorros, isso é problema seu. O vegetariano fundamentalista não come nenhum bicho: problema dele, mas acima de tudo, coerente. Eu como qualquer bichinho, seja fofinho, imbecil ou nojento. Se ficar apetitoso depois de passado na brasa, não faz diferença. Mas pro nosso herói, alguns bichos são diferentes por que são especiais de alguma forma. Incoerente. A natureza não diferencia. Bicho é bicho, a questão é qual posição esse bicho ocupa na cabeia alimentar. Não só isso, mas lá pelas tantas ele diz que lá na China os bichos são diferentes dos daqui. Xiii... Vamos adiante.
2. Cordialidade. O nosso herói é racista. Ponto. Ele se posiciona de forma muito clara sobre isso: "se vc quer comer cachorro, volta pro seu país". Portanto, não é cordial e não respeita a diferença e a cultura do outro. Quem nunca viu ou ouviu isso sobre todos aqueles que são de alguma forma diferentes do que se considera "normal"?
Verdades sejam ditas: o nosso amigo que está se passando pelo chinês provocou muito o nosso herói do outro lado da linha. Ele foi fundo mesmo e pegou pesado. Não dá pra livrar a cara dele (que passou o trote), já que ele também apelou para estereótipos pra fazer seu trote. Mas a posição do outro lado é bastante reveladora. O cara se revoltou e perdeu as estribeiras. E aí, tudo vem à tona.
Por isso digo que aí está um exemplar, que acho até bastante típico, do brasileiro cordial, mas que é tacanho, racista e nada hospitaleiro; que da boca pra fora "respeita" a diversidade - seja ela qual for - mas que no fundo é bairrista e preconceituoso. São situações assim que revelam grandes coisas que estão por baixo da fina casca de tolerância que recobre a ignorância.
E depois dizem que eu sou o tosco... afe...
12 comentários:
bom...o muleque é muito bom para passar trote,apesar das minhas ressalvas em relação ao ato.daí o choque cultural né meu.um brasileiro que tem enraizado na sua cultura o cao como um amigo fiel.do outro lado o pseudo-chinês que quer bater um ranguinho milenar.compra quem tem grana....vende quem quer.se o dono do canil estivesse sem grana pro peru dele já manda um coker spagniol enrolado no celofane com laranja e alecrim.
concordo com o M.
Tá aí... gostei da dica, celofane, laranja e alecrim... carneiro ou salmão?
HAHAHAHAHAH!!!!!!!!!!!!
Bem, o trote foi uma molecagem estúpida... Mas muito ilustrativo.
Acho muito compreensível o dono do canil se recusar a vender o cão, afinal, se eu chegasse na Índia à procura de carne de vaca pra um churrasco era bem capaz de eu ser estraçalhada em praça pública.
Mas o cara se enrolou feio com o tanto de coisa que falou. O lance da cultura é complicado. Não quer vender com a finalidade de abate, não vende. Mas se a pessoa quiser comer o cachorro não vai avisar, já sabendo que este hábito alimentar não é visto com bons olhos em terras tupiniqins.
O grilo? É menos importante? Talvez seja mais difícil se apegar ao bichinho pq (até onde eu sei) ele não interage como um cachorro. E tem um tempo de vida bem mais curto... Eu diria que é por falta de tempo hábil que grilinho não se torna "membro da família".
Pra terminar, ufa!, não vejo diferença entre a vaca e o cachorro, ambos são mamíferos e fofinhos. Eu teria uma Mimosa de estimação se morasse no campo. Mas sem hipocrisia, eu como carne e gosto dos bichinhos, e sei que se precisasse matar um pra comer seria muito difícil.
E quer saber mais. Os vegetarianos que me desculpem, mas a vida SEMPRE se alimenta da morte, mesmo que seja a morte de um pé de arroz!
Lombo de porco...
Salmão vai bem com azeite, ervas e uns legumes em pedaços médios tudo junto na brasa. Hmmm!
Até aí um braço humano bem temperadinho na brasa deve ser delicioso. Ninguem ia notar se não tiver os dedos...
Seres humanos são muito estressados... a carne seria muito dura, não, M.?
Mas sim e, inclusive, entre povos indígenas era digno de honra ser comido por um camarada de outro grupo. Sua apreciação era sinal de virtude. Era motivo de grande vergonha caso ninguém quisesse comê-lo, literalmente, por não conter qualidades como força, bravura...
Mas com um trato culinário deve ficar bem comível... ;o)
Então se é um ato de extrema bravura, por que não comemos nossos entes queridos depois que morrem?
Não seria uma forma bela de se homenagear o morto? Saber que sua morte alimenta a vida de seus descendentes?
É uma comparação quase poética do que chamamos de gravidez, um feto que se alimenta da propria mãe.
Putz... erraram a mão... capricharam, hein? Tá doido...
Comer humanos é tabu. A carne deve ser macia, pois são sedentários e com bastante gordura, mas deve ser adocicada pelo excesso de glicogênio muscular. Aliás, canibalismo é uma coisa razoavelmente comum na natureza, principalmente em casos extremos. Entre humanos é mais complicado, e nem vou comentar...
Afe...
Não nos alimentamos de humanos pq culturalmente não vemos isso com bons olhos, assim como não aprovamos que se coma cachorro, pq nossa estrutura social, valores, conceitos, enfim, são diferentes dos daqueles povos. Preferimos nossos cães como bichinhos de estimação. Só isso.
Comer gente... arghhh..
Prefiro recair...
Eu não gosto de trotes também, mas não considero esse trote estúpido. O cara que passou o trote podia ter más intenções, mas a idéia foi tão boa, mas tão boa que eu considero esse trote muito inteligente e revelador, como o professor mesmo disse. O cara é muito bom! Tem umas sacadas rápidas e muito boas.
O que eu acho mais intrigante é o vendedor de cachorros colocar o cachorro acima do humano. É o cão que consola, que defende, que ama, que dá atenção... o cão é o herói do homem. E sei que muitas pessoas pensam exatamente assim, que o cachorro é o verdadeiro amigo do homem. Engraçado, porque eles não falam a mesma lingua e a comunicação entre um homem e um cachorro é mínima (se é que eles realmente compreendem-se). Mesmo assim, o vendedor apresenta o bichinho como se fosse um humano e não como um bicho qualquer como uma vaca, um peru. E ainda afirma: "na China, o cachorro pode ser bicho, aqui no Brasil ele é amigo" (mais do que preconceituoso). Enfim, além de tudo que o professor disse eu ainda acrescentaria a carência do ser humano, no caso do brasileiro, e como é fundamental pro homem ter alguém para se apoiar quando os próprios humanos ignoram uns aos outros.
Ouvi dizer que brasileiro come cachorro sim, vc sabe alguma coisa sobre isso professor? Da sua parte, sei que comeria...
Nossa, o pessoal vai longe!
Comer humano? Mas..."tem pedigree?"??
Parabéns pelo blog! Prometo frequentá-lo mais!
@S
Que muita gente tem bichinhos por carência afetiva eu não tenho um pingo de dúvida. Nosso amigo L. pode falar muito mais que eu das patologias que acometem pessoas alucinadas por animais.
Quanto a comer cães, bem, é uma vontade antiga. Soube que há alguns restaurantes meio muquiados na Liberdade onde se serve tal iguaria. Inclusive, o irmão do L. é veterinário e ele diz que carne de cachorro é gordurosa - antes que pensem coisa errada, ele é cirurgião... heheheh.
E apareça....
@L. seu irmão entende de porquinhos da Índia?
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