Finalmente encontrei uma matéria de divulgação científica decente, correta e equilibrada na imprensa nacional. O sujeito escreveu sobre uma descoberta muito interessante do pessoal do Instituto de Biologia da USP. O grupo do Prof. Eduardo Gorab descobriu que o DNA pode formar hélices triplas.
Isso não é lá uma grande novidade, pois já haviam isolado esse tipo de estrutura in vitro, quer dizer, em tubos de ensaio. Sempre se considerou que essa era uma possibilidade viável, mas até então se achava que isso não passava de um artefato. Ou seja, é um resultado de uma experiência que não poderia acontecer naturalmente e que foi causado por um método de experimentação errado. A grande novidade, então, é mostrar que isso acontece in vivo, ou seja, que pode haver ocorrência natural desse fenômeno. A matéria do nosso colega dá uma explicação bem legal e mostra que o balaio de gatos é bem grande mesmo. Por isso não vamos nos ater aos detalhes técnicos.
Entretanto, a idéia é mostrar que uma matéria de divulgação científica pode ser bem feita, pode ser tecnicamente correta e ainda assim acessível. Cientistas podem aprender jornalismo, e jornalistas podem aprender ciência. Onde está o nó? O jornalista entende a melhor forma de transmitir uma notícia. Mas transmitir uma notícia não necessariamente é transmitir um dado. Cientistas têm a fama de serem prolixos e confusos, e geralmente o são. Pior, eles tendem a se munir de jargões e termos técnicos que só são compreensíveis pelos seus pares, ou curiosos de áreas correlatas. Jornalistas têm a fama de simplificar as coisas, e acabam por dicotomizar demais os achados científicos fazendo com que tudo seja sempre "sim" ou "não"; e sabemos que não é assim. A ciência é cheia de nuances e tons de cinza. E aí está a dificuldade: acertar o peso da mão entre o detalhe incompreensível dos tons de cinza e a simplificação exagerada do preto e branco.
Leio regularmente o blog onde esse jornalista escreve, e geralmente quebro uns paus com os caras - por vários motivos. Mas nessa matéria, tenho que tirar o chapéu: o tiozinho acertou a mão!!! Vale um naco do seu tempo.
Isso não é lá uma grande novidade, pois já haviam isolado esse tipo de estrutura in vitro, quer dizer, em tubos de ensaio. Sempre se considerou que essa era uma possibilidade viável, mas até então se achava que isso não passava de um artefato. Ou seja, é um resultado de uma experiência que não poderia acontecer naturalmente e que foi causado por um método de experimentação errado. A grande novidade, então, é mostrar que isso acontece in vivo, ou seja, que pode haver ocorrência natural desse fenômeno. A matéria do nosso colega dá uma explicação bem legal e mostra que o balaio de gatos é bem grande mesmo. Por isso não vamos nos ater aos detalhes técnicos.
Entretanto, a idéia é mostrar que uma matéria de divulgação científica pode ser bem feita, pode ser tecnicamente correta e ainda assim acessível. Cientistas podem aprender jornalismo, e jornalistas podem aprender ciência. Onde está o nó? O jornalista entende a melhor forma de transmitir uma notícia. Mas transmitir uma notícia não necessariamente é transmitir um dado. Cientistas têm a fama de serem prolixos e confusos, e geralmente o são. Pior, eles tendem a se munir de jargões e termos técnicos que só são compreensíveis pelos seus pares, ou curiosos de áreas correlatas. Jornalistas têm a fama de simplificar as coisas, e acabam por dicotomizar demais os achados científicos fazendo com que tudo seja sempre "sim" ou "não"; e sabemos que não é assim. A ciência é cheia de nuances e tons de cinza. E aí está a dificuldade: acertar o peso da mão entre o detalhe incompreensível dos tons de cinza e a simplificação exagerada do preto e branco.
Leio regularmente o blog onde esse jornalista escreve, e geralmente quebro uns paus com os caras - por vários motivos. Mas nessa matéria, tenho que tirar o chapéu: o tiozinho acertou a mão!!! Vale um naco do seu tempo.
12 comentários:
Tive aula Evolução com o Gorab, famoso senhor dos insetos.Praticante assíduo de cooper na hora do almoço lá na avenida da raia da Usp.Acredito que a Ciência deveria ser explicada aos não cientistas de uma forma atraente para que os tais não cientistas tornem-se um pouco mais incrédulos.Escrever Ciência em Preto e Branco, com fundo cinza e bolinhas cor de rosa.Que tal?
Acho que pode funcionar a título de formação/educação científica, afinal de contas somos muito pouco estimulados (na maioria das escolas)a gostar, entender e se interessar por ciência. Ainda prevalece na fantasia dos nossos estudantes escolares a imagem do "cientista louco" de cabelos arrepiados, óculos "fundo de garrafa" (nada contra)correndo pelo laboratório com substâncias coloridas saindo fumacinha branca, e que não tem vida fora do lab (vida pessoal).
Mas não creio (sou incrédula!) que colorir a ciência possa fazer dos não cientistas pessoas menos crédulos. Ao contrário, ou se apegam mais às suas crenças ou fazem da novidade científica uma nova crença.
Falei bobagem?
acredito que a crença na Ciência seja o caminho inteligente da crença.Muitos cientistas,desde a época dos alquimistas viam na retição de experimentos simples uma possível rota para a transcendência de seus espíritos.Mesclar a definição deste conceito amplo "Espírito",nos termos cristãos ou de quaisquer religões com a filosofia de Hegel; ou tentar entender a criação do Universo através do de conceitos complicadíssimos de Física Quânntica mesclado com o Criacionismo;desafios que a cor dada a Ciência expressa e trabalhada poderia trazer no que se diz respeito ao esclarecimento.Novas crenças são bem vindas desde que não se amarrem bombas no corpo e não se escravizem povos.Sim?
Crenças, filosofias, novas formas de interpretar e compreender o mundo, a vida e os "fenômenos" são bem vindas sim, pois ajudam aos que nelas crêem.
Mas minha única ressalva a qualquer que seja a crença (religiosa ou não) é que para crer, basta acreditar, e acreditando-se não se questiona. Um povo, um grupo que não questiona (que não têm crítica)estará SEMPRE à mercê de ser conduzido ao bel prazer dos líderes dessas crenças. Não?
PS: Um post sobre a filosofia de Hegel será bem vindo.
não é necessário crença para que exista líder.se observarmos na natureza os animais se dividem em grupos.como se elege o macho alfa?ele possue caracteristicas específicas herdadas geneticamente que propiciam a ele ser o líder de um determinado grupo.não há crença nisso.nós ,seres humanos,nos destacamos tambem de uma maneira bem semelhante.o mais bonito,o mais eloquente,o mais veloz,o que rouba mais,o que mata enfim.escolhemos nossos líderes num processo que na maioria das vezes sequer tomamos consciencia do que estamos fazendo.é um processo inconsciente que nós seres humanos praticamos e levamos isso a pontos absurdos.o que diga o John Lennon.a crença dá ao ser humano a possibilidade do livre arbítrio de escolher o seu líder.conhecer mais a ciencia e saber usar com consciencia seu livre arbitrio.praticar o arbítri é através da ciêcia que possibilita o esclarecimento da critica.
Sem querer dar uma de burra, mas já assinando atestado de burrice... Não entendi o que vc disse com: "a crença dá ao ser humano a possibilidade do livre arbítrio de escolher o seu líder..."
E... não consigo aceitar a possibilidade de colocar na mesma sentença "crença" e "livre", principalmente "livre arbítrio". Uma crença não é algo que se crê e pronto? Que não se questiona e bem por isso formada de dogmas?
Qualquer coisa, pra mim, que não se pode questionar (posto que não se sustenta sob questionamento) é uma amarra e, portanto, aprisiona.
Mas concordo que cada indivíduo é livre, e deve ser sempre, para escolher as amarras a que deseja estar preso.
PS: Foi mal M., os comentários tomaram um viés fora do tema...
uma crença,creio eu, é formada formada antes de qualquer coisa, de escolhas conscientes e incosncientes.quanto mais esclarecimento sobre determinado assunto,ou seja,conhecimento da ciencia e da filosofia,maior a possibilidade de se praticar o livre arbítrio.a crença possuem dogmas sim.mas quem disse que dentro de um dogma não há liberdade para quem o aceita?o fato de aceitá-lo ou não é um ato de liberdade de expressão.uma opiniao nunca sera um ato de burrice...muito pelo contrario.
"Nunca" não é uma palavra um pouco... muito?
nunca é uma palavra que tende,neste caso citado,demonstrar que uma opinião expressa não deve ser considerada um ato de burrice em nehuma situação.chamar alguém de burro é desconsiderar qualquer possibilidade de experiência de alteridade e de se questionar o porquê desta pessoas estar emitindo tal opinião.não acredito que existam pessoam burras.existem pessoas mau informadas e teimosas.e de um lado impacientes e perseverantes.
Tá bom... definitivamente saímos do tema... (mea culpa...?)Mas já que saímos, alguém aí vai postar sobre a filosofia de Hegel?
não acho que saímos do tema,mas, se assim considera,assumo a culpa.e peço desculpas a você por creio que isso tenha a incomodado.trabalharei num post do hegel.valeu e obrigado.
Ah, não, não me incomodou... passaria horas "destilando" sobre crenças, descrenças, filosofias... Se tem alguém que pode se incomodar é o M., afinal o post é dele... ;o)
Aguardo o Hegel.
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