quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ateus saindo do armário, by Saramago

Que a santa madre igreja é pródiga em crimes hediondos, é já bem sabido. Suas táticas, porém, são ardilosas e muitas vezes as coisas aparecem de formas insuspeitas. Nada insuspeito foi o acordo feito com o Vaticano onde se formaliza o ensino religioso no Brasil. Que os cristão se matem - já que entre eles mesmos a coisa já é bem fragmentada - e que se matem com as outras religiões que se acharem no justo direito (sem ironia) de clamar por igualidade. A notícia pode ser lida aqui.

E os ateus, como ficam nisso? Esse lance com o Vaticano foi o fim do Mundo! A desgraça é que no Brasil se diz haver tolerância religiosa. Balela. Há tolerância desde que se tenha uma religião. Experimenta não ter e veja se vc não será tratado como uma pessoa sem ética. Como se eu precisasse de uma religião pra me dizer o que é certo e o que é errado. Como se eu precisasse de um fantasma na minha orelha pra dizer qual será o caminho a seguir.

Infelizmente os ateus não saem do armário, e nessas horas é que acho compreensível manifestações mais virulentas contra os religiosos e a religião organizada. Nada de violência, mas Dawkins e Saramago lá da sua forma se manifestam e pontuam o problema com maestria.

Por falar no portuga, ele andou dando suas estocadas na santa madre esses tempos, por ocasião do lançamento do seu novo livro, Caim. Há aqui e aqui duas matérias legais sobre o velhinho. Me deu idéias... O Papa Cínico e o Cristão Hipócrita. Daria um bom livro, não acham? Melhor ainda quando uma parte da intelectualidade anda se manifestando de forma mais enfática contra as religiões e essas coisas todas.

Confesso que nunca fui fã dele. Mas de uns tempos pra cá, tenho que admitir que ele tem mandado muito bem. Então, vão lá, saqueiem o dízimo e leiam alguma coisa benéfica para a mente.

Um comentário:

Anônimo disse...

"cinismo intelectual" heheheh, tem aos montes... Mas o que dizer do cinismo pseudo-intelectual? Há que se ter uma cara mais lisa pra este último, não? Ou será o contrário?

Tb não curto muito o velhinho, não saí da metade do "Ensaio sobre a cegueira", talvez tenha sido o momento... há livros que não vão bem numa época, mas nos dizem muito em outra... Mas verdade seja dita, no filme, o F. Meireles manda muito bem (pelo menos eu gostei).
Mas o "Caim" interessou...