terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Notícia que pode interessar

Pessoal, abriram as inscrições na USP pra obtenção de bolsa do CNPq. Quem estiver a fim de arranjar uma IC com bolsa, ou que já esteja há algum tempo em algum lugar, vale dar uma olhada nisso e lembrar seus orientadores. Vai aí uma parte do informe que está circulando.

Aproveitando o gancho, deixo um aviso: pra se fazer qualquer coisa no mundo acadêmico - e em muitos ramos do mundo privado - é necessário ter um currículo cadastrado na Plataforma Lattes do CNPq. Vale também um naco do seu tempo.

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Estão abertas as inscrições para o processo de seleção à Bolsa de Iniciação Científica PIC/CNPq, RUSP (Institucional da USP) e Santander, no período de 22 de fevereiro a 23 de abril deste ano. As inscrições deverão ser realizadas para os alunos que pretendem ingressar no Programa, bem como para aqueles que já possuem Bolsa e almejam renová-la.

Renovação de Bolsa: Em caso de pedido de renovação de Bolsa, o aluno deverá apresentar os documentos citados acima e adicionar a estes a solicitação de nova bolsa e a justificativa de aprofundamento do tema e do orientador para a continuidade da Bolsa.


A Pró-Reitoria de Pesquisa recomenda que seja indicado um aluno por orientador (alunos USP ou não).

Aproveitamos a oportunidade para informar que o prazo para solicitações de substituição de Bolsa PIBIC dos atuais bolsistas será até o dia 26/02 do corrente ano."

Eu é um outro.

O Senador Cristovão Buarque, um senhor que particularmente respeito,apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado etc.) seja obrigado a matricular seus filhos numa escola da rede pública de ensino. Alguns otimistas estão achando que isto seria a solução para a crise do ensino público do País. Otimismo alienado e sem noção do buraco que estamos. O problema da educação ao meu ver não é só da falência do ensino público. É falência da educação na maior abrangência. Estamos lidando com família em decadência, mídia em decadência, valores (longe de qualquer coisa de família, tradição e propriedade hein, pelo amor de Deus!) e o pior, na minha opinião meio Dom Quixote, decadência de sentimentos. Se olhássemos para o outro com o olhar que temos para nós mesmos, em nossos cuidados e asseios mais basais para nossa sobrevivência e busca da felicidade, poderíamos resolver num plano micro, problemas que nos invadem de um plano macro. O que estou tentando dizer, é que a experiência de alteridade ultrapassa os pré-conceitos que envolvem o siginificado de altruísmo. Ajudar o outro para se sentir bem poderia ser um caminho se não houvesse um pensamento de troca envolvido no ato. Mas geralmente existe. A alteridade implica em se alienar na situação do outro e se separar desta alienação para uma possível análise do que se passa com o indivíduo com o qual praticamos a experiência. Após uma análise crítica, poderíamos desvelar alguns dos porquês de certas atitudes que o indivíduo tomou num determinado ponto de sua vida. Trabalhar nestes porquês nos traria respostas para investigarmos com mais detalhes as falências de tantas forças que sustentam uma sociedade em quase harmonia.
Voltando ao projeto de lei de nosso caro Senador, colocar os filhos de políticos numa escola pública, na minha opinião, aumentaria a curto prazo o índice de analfabetismo (isso se os papais não derem um jeito de particularizarem o ensino dos pimpolhos), não creio que nos ajudaria; como disse creio que o buraco é imenso e mais embaixo. É um problema do modus vivendi do ser humano. E se o ditado for verdadeiro, "filho de peixe, peixinho é", Misericórdia... Prefiro recair!

Projeto de lei do senado número 480 de 2007

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Freud explica...

Escrito em 1929, o Mal-Estar na Civilização, grande escrito de nosso primeiro google (afinal, bem antes da internet as pessoas já falavam "Freud Explica!"), mostra o conflito entre o indivíduo em busca pelo prazer a qualquer custo vivendo em uma sociedade que o reprime. Uma sociedade na qual seu nicho não fornece aquilo que seria necessário aos seus integrantes para que todos vivessem felizes para sempre (que bonitinho!). Neste duelo, indivíduo-sociedade, duas forças internas do ser humano entram para "ajudá-lo". Uma se chama pulsão de vida, ou eros, ou princípio do prazer, responsável pela interação do indivíduo com a sociedade através da aproximação dos indivíduos etc. E uma outra, chamada pulsão de morte, thanatos, ou princípio da realidade, responsável pela tendência de destruição da sociedade. Neste escrito, Sigmund Freud nos fala da impossibilidade da felicidade total do indivíduo frente às repressões impostas pelo policiamento de uma sociedade utopicamente dita em harmonia. Para se livrar destas repressões, os mais saudáveis encontram o amor, seja ele interpessoal ou mesmo à própria alienação proveniente do policiamento que lhe é imposto. Outros, jogam-se em psicopatologias de inconformismo, pois o desequilíbrio entre as forças citadas tende mais para a pulsão de morte. Até aqui, leitura.

Chamou-me muito a atenção mais um destes noticiários vespertinos que sempre começam antes de você tomar banho. No meu caso eu ia comprar mais cigarros. O apresentador do telejornal disse mais ou menos isso:

- E nós vamos encerrar o jornal de hoje com essas imagens...Até amanhã gente!

As imagens apresentadas eram de um grupo de prostitutas trocando socos e puxões de cabelo. Logo pensei, vivemos numa sociedade, que até a destruição de nós mesmos é um negócio engraçado! Freud pode ficar sossegado, estamos achando muito prazer na destruição. Sempre haverá um grupelho de idiotas que acha muito louco ver desgraça alheia. Sem falar de sistema de saúde, corrupção, educação falida etc. Está todo mundo encantado com a possibilidade de se tornar feliz plenamente um dia. E o pior, não é por amor. Ou é pela pulsão de morte que nos atrai e esta, em desequilíbrio com a pulsão de vida, e estamos virando psicopatas; ou é pelo sonho idiota e mesquinho de que ficaremos ricos um dia. Programão daqui um tempo... assistir violência gratuita na tv, sair para caminhar e chutar um mendigo, roubar a banca de jornal para jogar na megasena. UHU! Prefiro recair.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Por quem os sinos dobram?

O filósofo Nietzsche diz que é “corrompido um animal, uma espécie, um indivíduo, quando perde seus instintos, quando escolhe, quando prefere o que lhe é pernicioso”. Oras, daí poderíamos pensar que um ser corrompido escolheu corromper-se na maior, -Ah, vamos lá, ninguém vai saber mesmo! Hoje em dia a coisa está tão séria que a afirmação servida como mecanismo de defesa do safado mudou e tornou-se um pouco mais triste, -Ah, vamos lá, se descobrirem eu dedo todo mundo, quero ver o que vão fazer comigo, ninguém vai ter peito de me encarar! Isto demonstra sim um problema sérissimo de impunidade, mas o pior, o buraco está mais embaixo. Se um sacana pensa desta maneira ele está metido numa rede de corrupção. Nesta rede, forçado pelos membros dos Direitos Humanos, devo chamá-los de seres humanos (tenho a desculpa da espécie, ainda bem!),cada indivíduo já tomou sua decisão de ser corrompido. E cada um destes pertence e é controlado por um aparato burocrático que envolve milhares de outros "seres humanos".Todos os brasileiros que assistem jornais de canais abertos, ouvem todos os dias que a corrupção rola solta e nada acontece. Confio ainda no caráter de algumas pessoas, mas sei tambem o poder que a propaganda pode fazer com a massa. Segunda Guerra, alguém se lembra? Estou preocupado, será que daqui a alguns anos terei que pagar propina para minha mãe dizer que me ama? Prefiro recair.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Jalecos e a descrença microbiológica

Alguém aí anda de jaleco na rua pra pagar de "dotô"? Quem nunca deu um passeio na rua de jaleco? Quem nunca "esqueceu" de tirar o jaleco depois de uma aula prática na facu, ou do estágio?

Bom, quem nunca fez uma dessas que atire a primeira pedra.

Fato é que o jaleco chama atenção por que geralmente são os médicos que andam por aí paramentados com os seus. E é isso mesmo que o jaleco é, um paramento. Assim como o juiz usa a toga, o papa usa a mitra, o mecânico usa o macacão, o soldado a farda, um médico usa seu jaleco. E não me venham dizer que esse acessório é típico dos "profissionais da saúde". Até é. Mas sempre a imagem é associada ao médico.

O problema é que o jaleco é, teoricamente, um equipamento de segurança. Nunca li ou estudei sobre quanto ele de fato te protege. Mas é o que é e pronto. No caso de algumas funções em laboratórios, o jaleco protege a amostra; no caso dos médicos, algumas vezes a proteção é para o paciente.

Então, convenhamos, que ficar entrando em milhões de quartos por dia, em setores extremamente contaminados de hospitais - onde as contaminações são nervosas mesmo - e depois dar um passeio na rua, não é algo inteligente. Há um trânsito de partículas e microorganismos que é potencialmente nocivo tanto do hospital para a rua, como no sentido contrário. Isso sempre foi alvo de críticas acerbas de gente grande. Se fizeram de surdos. Como médico não acredita em bactéria até hoje, pra que se importunar?

Então um político resolveu dar uma canetada e proibir que se use equipamento de segurança fora do local de trabalho - inclusive jalecos!!! A reportagem pode ser lida aqui.

Típica lei que vai depender de "pegar". Controle difícil, fiscalização complicada. Mas por que não tentar?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Nice shot

Finalmente encontrei uma matéria de divulgação científica decente, correta e equilibrada na imprensa nacional. O sujeito escreveu sobre uma descoberta muito interessante do pessoal do Instituto de Biologia da USP. O grupo do Prof. Eduardo Gorab descobriu que o DNA pode formar hélices triplas.

Isso não é lá uma grande novidade, pois já haviam isolado esse tipo de estrutura in vitro, quer dizer, em tubos de ensaio. Sempre se considerou que essa era uma possibilidade viável, mas até então se achava que isso não passava de um artefato. Ou seja, é um resultado de uma experiência que não poderia acontecer naturalmente e que foi causado por um método de experimentação errado. A grande novidade, então, é mostrar que isso acontece in vivo, ou seja, que pode haver ocorrência natural desse fenômeno. A matéria do nosso colega dá uma explicação bem legal e mostra que o balaio de gatos é bem grande mesmo. Por isso não vamos nos ater aos detalhes técnicos.

Entretanto, a idéia é mostrar que uma matéria de divulgação científica pode ser bem feita, pode ser tecnicamente correta e ainda assim acessível. Cientistas podem aprender jornalismo, e jornalistas podem aprender ciência. Onde está o nó? O jornalista entende a melhor forma de transmitir uma notícia. Mas transmitir uma notícia não necessariamente é transmitir um dado. Cientistas têm a fama de serem prolixos e confusos, e geralmente o são. Pior, eles tendem a se munir de jargões e termos técnicos que só são compreensíveis pelos seus pares, ou curiosos de áreas correlatas. Jornalistas têm a fama de simplificar as coisas, e acabam por dicotomizar demais os achados científicos fazendo com que tudo seja sempre "sim" ou "não"; e sabemos que não é assim. A ciência é cheia de nuances e tons de cinza. E aí está a dificuldade: acertar o peso da mão entre o detalhe incompreensível dos tons de cinza e a simplificação exagerada do preto e branco.

Leio regularmente o blog onde esse jornalista escreve, e geralmente quebro uns paus com os caras - por vários motivos. Mas nessa matéria, tenho que tirar o chapéu: o tiozinho acertou a mão!!! Vale um naco do seu tempo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Antigos espíritos do mal.

Observando através desta nova janela aberta, para um deslumbre quase cômico de meus olhos, imagino a sensação de dois seres ao perceberem que podem fazer fogo. Hoje, lá pela hora do almoço, recebi a visita de um exorcista. Ele tinha uma malinha preta e tudo mais. Não estava surpreso com sua visita, pois fui eu quem solicitou sua ajuda. Estava perdido. Não sabia mais o que fazer. Ouvia barulhos estranhos vindos de minha janela. Meu terapeuta também já não sabia mais o que me falar sobre o assunto. As medicações não faziam mais efeito. Até meus Professores de Psicologia não entendiam mais meu comportamento. Enfim, estava desesperado. Até que o exorcista chegou, olhou para minha janela e disse:

-Com este roteador os grunhidos vão desaparecer e as mensagens de erro vão sumir.E seus professores vão ficar muito mais satisfeitos quando você não entregar mais trabalho escrito à mão!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Saudações, agradecimentos e timidez...

É com enorme prazer que me apresento a todos colaboradores desta destilaria. Espero contribuir com a acidez típica de um amigo muito proximo da "Montagna" crítica. Sobre minha timidez inicial, justifico-a com minha ex-tendência tecnofóbica. Tenho contado com a ajuda de medicações e psicoterapias para me tornar um 21th century digital boy. Meu caro irmão de semelhança também fenotípica, tem contribuído para que eu obtenha êxito em usar mais as minhas mãos para o teclado do computador ao invés dos botões do caça-níqueis. Farei com ele o contrário, afinal...o prazer pode estar em se saber de tudo um pouco para escolhermos o que deveremos saber muito, ou saber um pouco de tudo já é saber muito? Não tenho respostas, mas quero prazer. Prazer em conhecê-los...aos poucos. "Chove chuva....chove sem parar!!!"