quinta-feira, 19 de junho de 2008

Descobriram a pólvora!!!

Os caras finalmente formalizaram um dado que é sabido por qualquer um que já passou algum tempo em um laboratório razoavelmente ativo. Está aqui.

O problema é que o dado é SUBESTIMADO!!! Me pergunto qual seria a proporção se eles refizessem a pergunta para diretores de grandes empresas e pra professores de escola particular.

No final, não passa de dinheiro, prestígio e todas as misérias regulares do ser humano.

Mas o que me preocupa mesmo é que isso claramente é uma tentativa de desqualificar o trabalho científico. Apareceu na Nature, ok, tem peso. Por outro lado, o veículo que está divulgando o dado é claramente de cunho popular e isso certamente terá um impacto completamente diferente do que o no meio científico.

"Quase 10% dos cientistas já notaram desvios éticos em laboratórios

da Reuters

Uma série de entrevistas realizadas com 2.212 cientistas da área biomédica nos Estados Unidos indica que a falta de ética pode ser um problema subestimado no meio.

Segundo o resultado do levantamento, divulgado ontem pela revista "Nature", 9% dos cientistas disseram já ter testemunhado algum caso de falsificação de resultados, plágio ou invenção de dados.

Entre os 267 episódios relatados para a pesquisa, 37% nunca foram denunciados a instâncias superiores para investigação, por medo de represálias ou de comprometer orçamentos coletivos.

Se o levantamento for uma amostra representativa, dizem os autores, mais de 3.000 casos de desvio ético podem estar ocorrendo anualmente nos EUA."

terça-feira, 17 de junho de 2008

Obscurantismo

Tal notícia não poderia levar outra impressão digital senão a de sempre em se tratando de atrasos e obscurantismo...

"Farmácias sem pílulas e sem camisinhas ganham força nos EUA

Estão se espalhando pelos Estados Unidos as chamadas "Farmácias pela Vida", que vendem tudo o que se encontra em uma farmácia comum, exceto camisinhas e pílulas anticoncepcionais.

Os proprietários dessas farmácias recusam-se a colocar à disposição produtos que consideram contrários a sua religião ou sua moral. A maioria baseia-se em crenças religiosas, principalmente a católica.

"O que estamos fazendo é simplesmente permitir a um farmacêutico que não seja envolvido no ato de impedir o desenvolvimento de uma vida humana de algum modo", defende Karen Brauer, presidente da organização 'Farmácias pela Vida'".


O descalabro completo está no link.

Volto a me perguntar que raios a igreja tem a ver com questões de saúde pública?!? Pra mim, raios que os partam!!!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Vícios Acadêmicos I

Já soltei alguns libelos contra os vícios da academia por aí. São muito agressivos. Esse é mais light, e pode perfeitamente puxar uma fieira mais adiante.

É possível que se já tenha ouvido falar nesse cara, e apesar de eu não conhecer o trabalho dele, gostei da resposta que ele deu. A entrevista completa fala de coisa completamente diferente, mas garanto a colocação dele não está fora de contexto. A íntegra está aqui.

Veja - Apesar de todo esse tempo de clínica, o senhor atuou sozinho, longe das universidades. Por quê?
Gikovate - O mundo acadêmico está cheio de papagaios, que repetem fórmulas prontas. Citam sempre outros pensadores, mas nunca vão a lugar algum. Não têm coragem para disso. Esse universo, do qual eu acabei me afastando, é extremamente conservador. Não são eles que produzem as novas idéias. Muitos fingem que eu não existo. Diziam à pequena que eu era um cara muito pragmático, que levava em conta muito os resultados, o que é verdade. Os que mais gostam do que eu faço não são da minha área. São os filósofos, como o Renato Janine Ribeiro e a Olgária Matos. De minha parte, eu sempre fugi dos rótulos. Não me inscrevi membro da Sociedade de Psicanálise. Não sou membro de qualquer sociedade dogmática. Não sou sócio de nenhum clube. Sou uma pessoa de mente aberta. Nunca quis discípulos. Os meus discípulos, se um dia existirem, pensarão por conta própria. Se tiverem um monte de opiniões diferentes das minhas, seria ótimo.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Aperitivo

As coisas andam corridas. Alguns textos têm vindo à tona, mas ficam no papel.
Aqui vai um aperitivo. Pra variar, enfiando o dedo...

"Quase todas as pessoas são outras pessoas. Seus pensamentos são alheios, suas vidas uma mímica, seus amores uma frase."

Oscar Wilde


Vale a pena ler esse cara.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Destrinchando

Venho recebendo alguns emails pedindo alguns guias sobre Nietzsche. Sou fã confesso de sua obra e inevitavelmente acabo deixando escapar umas idéias aqui e ali.

É um filósofo difícil. Sua linguagem não é trivial e ele recorria ao uso de aforismos, que ajudava a complicar ainda mais a compreensão de seus textos. A forma e a linguagem eram muito importantes, e pelo caráter polêmico de seus escritos, não deixou de granjear antipatia e/ou a apropriação indevida de muitas de suas idéias.

Sua obra não pode ser (bem) compreendida de forma fragmentada. Ela é curta, mas extremamente densa. Não dá pra se aventurar a ler seus livros sem boas análises de comentadores pra situar e muitas vezes contextualizar o texto.

Boas traduções são raras no Brasil. Pra quem tiver um pouco mais de recursos, sempre valem as edições da Companhia das Letras.

Enquanto isso, a página sobre o filósofo na wikipedia está razoável. Lá há um link para o GEN, Grupo de Estudos Nietzsche, da USP. O pessoal é realmente competente e vale uma fuçada.

Por enquanto, deixamos mais um trecho. Dos meus prediletos.

"Quando os oprimidos, espezinhados, violentados, dizem a si mesmos, movidos pela vingativa astúcia da impotência: 'Sejamos diferentes dos maus, sejamos, precisamente, bons! E bom é todo aquele que não violenta nem fere ninguém, que não agride, que não se desagrava, que deixa a vingança a Deus, aquele que, como nós, se mantém escondido, se desvia de todo o mal e pouco pedeà vida, tal como nós, os pacientes, os humildes, os justos' - isto se ouvido de modo frio e sem prevenções, não significa outra coisa senão: 'O fato é que nós, os fracos, somos fracos; é bom que não façamos nada daquilo para o que não somos suficientemente fortes.'"

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os inconvenientes de se falar a verdade

Falar verdades não dá certo. Geralmente pega mal e quem a disse não passará de um idiota. Ao invés de fazer a auto-crítica, te chamam de idiota.

Concordo que há formas e formas de se dizer verdades, mas sutileza em excesso acaba não funcionando por que no geral o vulgo não tem cérebro suficiente pra captar a mensagem...

Mas vá lá... me ocorreu uma muito boa dos Malvados. Daquelas que ficam perdidas lá nos alfarrábios, mas sempre vem à tona por conta de uma ou outra que a gente ouve nessa vida.

Fica a homenagem (ou lembrete?) às merdas que a gente faz e só acaba aprendendo na porrada.
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