terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Eu é um outro.

O Senador Cristovão Buarque, um senhor que particularmente respeito,apresentou um projeto de lei propondo que todo político eleito (vereador, prefeito, deputado etc.) seja obrigado a matricular seus filhos numa escola da rede pública de ensino. Alguns otimistas estão achando que isto seria a solução para a crise do ensino público do País. Otimismo alienado e sem noção do buraco que estamos. O problema da educação ao meu ver não é só da falência do ensino público. É falência da educação na maior abrangência. Estamos lidando com família em decadência, mídia em decadência, valores (longe de qualquer coisa de família, tradição e propriedade hein, pelo amor de Deus!) e o pior, na minha opinião meio Dom Quixote, decadência de sentimentos. Se olhássemos para o outro com o olhar que temos para nós mesmos, em nossos cuidados e asseios mais basais para nossa sobrevivência e busca da felicidade, poderíamos resolver num plano micro, problemas que nos invadem de um plano macro. O que estou tentando dizer, é que a experiência de alteridade ultrapassa os pré-conceitos que envolvem o siginificado de altruísmo. Ajudar o outro para se sentir bem poderia ser um caminho se não houvesse um pensamento de troca envolvido no ato. Mas geralmente existe. A alteridade implica em se alienar na situação do outro e se separar desta alienação para uma possível análise do que se passa com o indivíduo com o qual praticamos a experiência. Após uma análise crítica, poderíamos desvelar alguns dos porquês de certas atitudes que o indivíduo tomou num determinado ponto de sua vida. Trabalhar nestes porquês nos traria respostas para investigarmos com mais detalhes as falências de tantas forças que sustentam uma sociedade em quase harmonia.
Voltando ao projeto de lei de nosso caro Senador, colocar os filhos de políticos numa escola pública, na minha opinião, aumentaria a curto prazo o índice de analfabetismo (isso se os papais não derem um jeito de particularizarem o ensino dos pimpolhos), não creio que nos ajudaria; como disse creio que o buraco é imenso e mais embaixo. É um problema do modus vivendi do ser humano. E se o ditado for verdadeiro, "filho de peixe, peixinho é", Misericórdia... Prefiro recair!

Projeto de lei do senado número 480 de 2007

13 comentários:

Anônimo disse...

Agora farão dos filhos "bandeiras"político-morais de seus pais?

Uma lei dessas é algo do tipo: "Não basta ser filho, tem que participar"!?!

Leon Gonzalez disse...

boa...muito boa.

Anônimo disse...

Se a lei for aprovada, não vai faltar cliente pra psicologos, psiquiatras e afins. É pressão demais pra ter de lidar, até mesmo pra um filho.

Viajei?

montagna disse...

Não foi pra frente. Não vai pra frente. Apesar de gostar do Buarque, queria ver se ele toparia que os políticos e suas famílias também só usassem sistema público de saúde. Aí sim, é pedir demais...

Anônimo disse...

Acho que esse pensamento otimista beira à ingenuidade. Em tese, um político está ali para defender o bem coletivo (de uma cidade, Estado, país). Se o raciocínio é: tendo seus filhos em escolas públicas, os políticos irão "melhorar" o sistema educacional. Já temos aí um "pobreminha" de raciocínio que leva a reboque uma aprovação (velada e alienada) de conduta antiética. Porque se os caras soltam mais verba pra educação porque seus filhos estão lá, significa que continuamos elegendo a mesma podreira de sempre e, pior, sendo coniventes com a falta de ética que defende os interesses próprios em detrimento dos interesses da população.

Leon Gonzalez disse...

comentários se auto respondem...uhu!

Leon Gonzalez disse...

ao invés de filha da p---! vai ser filho deputado!

Anônimo disse...

HAHAHAH!!!

PS: me auto respondi?

Unknown disse...

sim...as críticas ao texto demonstram a compreensão.com certeza aumentaria a demanda dos psiquiatras e psicólogos.gostei muito dos comentários.muito massa.

F'skeptic disse...

valeu...
:o)

Anônimo disse...

Eu é um outro"... e o outro, um "Zé Ninguém" (?!)

Unknown disse...

o outro são todos os outros que não o indíviduo em termos físicos-espaciais

Anônimo disse...

I know...