quarta-feira, 27 de junho de 2012

Rankings e a posição da USP

Demorei pra postar isso, mas acho que ainda vale a pena. Saiu um dia desses uma notícia de que a USP é a melhor Universidade da América Latina. A notícia pode ser lida nesse link aqui. Maravilha, é a melhor, e pode-se questionar qualquer tipo de ranking, por melhor que ele seja. Mas já é alguma coisa, e não custa tentar encontrar parâmetros objetivos pra dizer o que é bom e o que não é tão bom assim.

Pois a melhor notícia sobre rankings e a USP pode ser lida nesse link aqui. É um ranking feito para alunos dos EUA e diz que a USP é boa para 'burros'. Isso mesmo, se você é um asno que só quer saber de jogar bola, a USP é o melhor lugar.

Exageros à parte (não acho que seja tão exagerado assim), ninguém se mata de estudar na USP. Tirando o pessoal da Física e umas matérias aqui e ali, realmente, não dá pra comparar com o quanto o pessoal estuda nas grandes Universidades mundo afora.

Tá vendo como o rankings podem ser estranhos e mostrar ângulos diferentes? Na verdade, essa diferença não existe. Os caras mais sérios vêem a USP como ela é: moleza. E os Latinos que gostam de se vitimizar, acham aquilo o máximo. Em tempo: se perguntou por que muitas universidades nem entram nos rankings, sejam eles quais forem? Pois é... those were the days...

13 comentários:

Anônimo disse...

Porque o Brasil está em uns, mas não em outros?

GaArini disse...

A universidade nada mais é, de certa forma, que um reflexo da sociedade, ou vai dizer que a galera que frequenta Cambridge é "a mesma" que frequenta a Usp, ou qualquer outra instituição nacional? Mas, devo resaltar que para toda curva, existem os pontos dissidentes...

GaArini disse...

P.S.: mas deixo aqui uma dúvida: o que devemos tomar por parâmetros de estudo?

Anônimo disse...

Apesar de nossos modelos educacionais serem diferentes, bem diferentes mesmo!, é de se supor que tanto lá, Cambridge, como cá, USP, são os melhores dos melhores que vão pra essas universidades. Então, poderíamos dizer que, sim, os frequentadores são os mesmos. Mas certamente os formandos NÃO!

PS: parâmetros que sirvam pra lugares tão diferentes não são fáceis de determinar.

GaArini disse...

Concordo, mas uma coisa é falarmos da elite acadêmica sulamericana (Usp), outra é falarmos da elite acadêmica mundial (Cambridge, Harvard e por aí vai). Chega um ponto em que o mérito da discussão não se fixa mais nos indivíduos de uma maneira isolada, mas em um contexto maior, no caso a sociedade, onde é só pegar a média de livros que um inglês lê e que um latino-americano lê, confronte os dois dados e, indutivamente, me diga onde espera encontrar a melhor universidade?

Anônimo disse...

Concordo e , nesse caso, nem preciso responder... Eles ganham disparado.

Mas estudar nessas grandes universidades já começa a dar sinais bem concretos de que nem tudo são flores. Como se pode ver nessa matéria aqui do The NY Times:

http://www.nytimes.com/interactive/2012/06/10/education/stimulants-student-voices.html?ref=us#/#1

Sem querer mudar muito o rumo da conversa, e já mudando, a que preço essa elite acadêmica mundial tem se mantido, hein!?

GaArini disse...

Perdoe, mas não entendi a sua colocação Farmacéptica. A que tipo de "custo" esta se referindo?

Anônimo disse...

O custo da saúde física e mental de toda uma geração. O link mostra uma matéria com relatos de dezenas de estudantes nos EUA que estão consumindo medicamentos para déficit de atenção, sem prescrição e sem diagnóstico, pra darem conta da rotina puxada da universidade.

GaArini disse...

O link retrata um problema a muito vivido nos EUA, no qual se você não tira 10 e é o melhor em tudo, você é um fracassado. Até mesmo Michael Moore já retratou este problema (Tiros em Columbine), onde essa corrida insana em serem os melhores em tudo, destrói não só a psique do indivíduo, mas também suas células. Tenho convivido na faculdade com um número cada vez maior de pessoas que se dizem adeptas de umas tais "Smart Caps" pro estudo. Particularmente, vou até onde minhas forças permitem e prefiro ter um bom sono REM ao invés de "socar" informação dentro da cachola.
Não vejo tal condição como um problema da universidade, mas sim de todo o sistema educacional, que não abre margem para que as pessoas expressem suas aptidões por outras janelas. Deixo aqui um link do Ken Robinson, o qual foi postado no blog a muito tempo, mas que ainda assim explica muita coisa:
http://www.ted.com/talks/lang/en/sir_ken_robinson_bring_on_the_revolution.html

Anônimo disse...

Eu penso que é um problema de toda a sociedade. E do sistema educacional e da universidade como partes da sociedade.
Essa palestra do Robinson é ótima!

GaArini disse...

Como dito antes, a sociedade é um reflexo da universidade, bem como a universidade é um reflexo da sociedade, logo se o problema é generalizado, o resultado acaba repercutindo nas mais diversas esferas, dentre elas o campo acadêmico. Gosto muito do discurso do sr. Robinson, creio que precisamos de mais tiozinhos que nem ele! Pois, mesmo dentro dos grandes centros de produção de conhecimento, ainda há uns velhacos (e uso esse termo no sentido retrógrado do pensamento e não pela idade) que insistem em não caminhar, progredir, expandir o conhecimento abrindo o leque para atuação em diferentes áreas do saber. Isso me deixa profundamente irritado! Como, então, podemos falar em melhorias de ensino, se nem aquele que produzem conhecimento se abrem para o novo?

Anônimo disse...

Eu sempre digo: lugar de velharia é no museu!
Mas o que me chateia mesmo, mais do que esses velhacos com suas idéias há muito passadas do ponto, é ver nos mais novos uma repetição de atitudes velhas disfarsadas por uma roupagem nova.
É aquela história, o cara faz mais do mesmo e defende o discurso do "estou aqui porque adoro o que faço, e faço assim pelo bem de vocês".
E sem querer eles deixam escapar uma certa amargura.
Mas o que esperar se boa parte dos professores, no Brasil, acaba dando aulas ou pra complementar a renda ou porque não teve competência pra se estabelecer em outras áreas?
Precisamos de professores apaixonados pelo que fazem como o Robinson.
Imagina só como não deve ser fantástico assitir às aulas dele!!!

GaArini disse...

Também partilho da sua ideia! Precisamos de pessoas com amor pelo ensino, juntamente com uma política de incentivo pois, como você mesma disse, a maioria trabalha para completar renda. Onde estudo um discurso frequente que os professores comentam é que durante uma conversa com uma pessoa, geralmente esta pessoa solta: "Mas você só dá aula ou também trabalha?". Meu, COMO ASSIM? Dar aula é hobbie? Ridículo! São os professores que formam o profissional de amanhã e é esse o valor que recebm? Triste...