segunda-feira, 7 de maio de 2012

Por que estudar Ciência - Parte 2

Depois de mostrar descalabros, perguntas aparecem. O que fazer pra melhorar, evitar, superar? Simples, educar. Fácil? Nem a pau. Mas alguns dados recentes mostram isso com uma clareza absurda e inequívoca.

Primeiro, os alunos estão "aprisionados" ao longo das séries, principalmente no ensino fundamental (pode ser lido aqui). Como eles conseguem chegar até a faculdade é um mistério , mas chegam a duras penas e incham um sistema que ainda está longe de estar saturado, e apresenta potencial de crescimento por um bom tempo. Não discutiremos os resultados do processo, mas, pra quem acompanha o mercado, está lendo o tempo todo que estão sobrando vagas para vagas de nível superior... isso mesmo, sobrando! Não é possível que a multidão de gente sendo formada nesse brasilzãodemeudeus não consiga dar conta do recado. Pois não consegue. Agências de empregos estão com vagas ociosas, implorando por gente, e a salários altos.

Explicações existem aos montes. Mas, depois de tanta coisa, um fato simples, simplérrimo, mostra que o buraco é mais embaixo. E bem maior. Além das taxas de analfabetismo funcional e conhecimento matemático sofrível, eis um dado que sempre gosto de usar nas minhas aulas. O brasileiro lê muito pouco. E o pouco que lê é aquela maravilha. Leia aqui e diga se não é altamente elucidativo. Eu estou certo de que ler mais é um passo importante pra diminuição da ignorância, mas não se lê mais se não se consegue ler. E corremos atrás do rabo. Em tempo, não acho que todas devam ser doutores. Mas deveriam ao menos conseguir ler o jornal sem gaguejar, e, portanto, serem capazes de minimamente criticar coisas do seu cotidiano e interesse. Política, por exemplo.

A série não acaba aqui. Aliás, o blog também é dedicado a essa questão: pra que ciência? 

Um comentário:

GaArini disse...

Muito bem colocado, mas no que diz respeito ao primeiro artigo, quando o especialista da UFJF se refere que não é muito adepto da reprovação nas séries iniciais, devo dizer que não entendi muito bem o ponto de vista que ele quis transmitir, pois se for assim, deixemos então esse sistema de aprovação automática e continuemos a empurrar com a barriga esse extrama defasagem educacional!